Pais atendem chamado e levam crianças para vacinar no Dia D
Crianças acompanhadas dos responsáveis receberam as primeiras doses do imunizante contra a Covid-19; no Sport, fila era extensa, mas atendimento ocorria com fluidez
Crianças de 5 a 11 anos foram o foco da campanha de imunização contra a Covid-19 neste sábado (5). A movimentação começou cedo no Sport Club JF e na Praça CEU. A aplicação dos imunizantes no público infantil teve início por volta das 9h e seguiu ao longo da tarde, até as 16h. A supervisora do Setor de Imunização da Secretaria da Saúde (SS), Marcilene Chaves Costa, avaliou de maneira positiva o comparecimento. No caso do Sport, a fila foi extensa, permanecendo próxima à entrada do Sesi ao longo de toda a manhã. Segundo a Secretaria de Saúde, 2.821 doses foram aplicadas ao longo do dia.
“As pessoas entenderam o recado e estão respondendo ao chamamento. Isso nos mostra que os pais não estão deixando de vacinar as crianças. Eles não vieram ao longo da semana por questões como o horário de trabalho.” Marcilene destacou que é fundamental vacinar as crianças, uma vez que elas são o grupo mais vulnerável à doença nesse momento, justamente pelo fato de ainda não estarem imunizadas.
Mariá, de 5 anos, reuniu a força de vários personagens para ter ainda mais coragem na hora de receber a vacina. Vestida com o traje de Corujita, máscara da Turma da Mônica e acessórios da Mulher Maravilha e da Lady Bug, ela aguardou ansiosa pelo imunizante ao lado da mãe e do irmãozinho.
“É um momento de alívio, de segurança e liberdade. Estamos conquistando mais liberdade à medida que a vacinação avança”, disse Tainá Lopes, mãe de Mariá. “Ela entende a situação, desde que a pandemia começou. Ela sabe o que é o vírus e que ele pode matar. O padrinho dela ficou no hospital. Ela sabe que é preciso se vacinar e quanto mais cedo isso correr, melhor será”, acrescenta Tainá.
Roberto Petrato levou os três filhos, os gêmeos Caio e Felipe, de 5 anos, e a primogênita Ana Luiza, de 9. Ele esperou o Dia D para melhorar a logística, já que foi o dia em que os três poderiam receber o imunizante juntos. “Conversamos com os três desde início, bem antes de começar a vacinação. Eles foram ficando mais pacientes e sabem que é preciso tomar a vacina para se prevenir. Isso dá mais tranquilidade e segurança para eles e para nós. Com todo mundo vacinado, vamos voltar mais rápido à vida normal.”
Muitas crianças se destacavam pelas fantasias que usavam. Laura, de 7 anos, estava vestida de Mulher Maravilha e pegou emprestada da heroína a coragem para enfrentar a agulha. “É um momento de realização. Tanto tempo esperando para a volta às aulas, para o reencontro com os colegas, é como um novo nascimento. A gente espera que esse vírus passe logo, para que possamos ter de novo o convívio próximo com parentes e amigos”, contou a mãe de Laura, Elisângela Souza.
Parada para a leitura
Conforme a orientação da Secretaria de Saúde, após receberem a dose, as crianças ficaram de cinco a dez minutos no local de aplicação, para verificar se ocorreria alguma reação. Aproveitando esse momento, a Secretaria de Segurança Urbana e Cidadania (Sesuc) fez uma articulação com a Secretaria de Saúde e a Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa), para a criação de um espaço de descontração, com foco no incentivo à leitura. A Guarda Municipal fez a campanha de arrecadação de livros.
Após a vacinação, Luana Tomé da Silva e a filha, Luiza, de 7 anos, estavam escolhendo um livro para levar para a casa. A pequena estava em dúvida entre dois exemplares. “É uma forma de transformar esse tempo, que seria entediante, de esperar pela reação, em algo muito divertido. Ficou tão legal que nós nem queremos ir embora”, comentou a mãe. Sucinta, Luiza disse que a vacina doeu mais ou menos. “Estou me sentindo legal. O tempo com Covid foi muito ruim. Agora estou mais tranquila, agora quero voltar para casa, deitar e dormir”, afirmou a pequena.