Doenças crônicas elevam risco de pneumonia por VSR em idosos, aponta estudo

Pessoas com 60 anos ou mais são mais vulneráveis a quadros graves causados pelo Vírus Sincicial Respiratório


Por Agência Brasil

19/07/2025 às 06h00

VRS
Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil

Um estudo realizado por infectologistas, epidemiologistas e pneumologistas de diferentes centros de pesquisa do Brasil avaliou o impacto do Vírus Sincicial Respiratório (VSR) em pessoas com 60 anos ou mais hospitalizadas por pneumonia nos sistemas público e privado de saúde. O levantamento mostrou que doenças crônicas aumentam significativamente a gravidade dos casos.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), o VSR é transmitido por meio de gotículas respiratórias expelidas ao tossir ou espirrar, pelo contato próximo com pessoas infectadas ou por superfícies contaminadas, de forma semelhante à gripe e à Covid-19.

Entre os 3.348 adultos internados entre 2013 e 2023, as comorbidades mais comuns foram doenças cardiovasculares (64,2%), diabetes (32%) e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) (24,5%). A presença de comorbidades foi associada a maior necessidade de internação em UTI (34,8%), estadias hospitalares mais longas (média de 13,2 dias) e aumento da taxa de mortalidade (26,9%).

O VSR afeta cerca de 64 milhões de pessoas anualmente em todo o mundo. A baixa taxa de vacinação e a subnotificação entre adultos mais velhos motivaram o lançamento da campanha “Protegido você vai longe – Depois dos 60 o risco de ter pneumonia por causa do VSR é maior”, promovida pela SBI.

A campanha busca conscientizar a população sobre a relação entre o VSR e a pneumonia, especialmente na terceira idade. Outro objetivo é diferenciar a infecção pelo vírus na infância, comumente associada à bronquiolite, das implicações para os idosos. A entidade destaca que sintomas semelhantes aos da gripe podem ser causados pelo VSR, que tem potencial para levar a quadros graves de pneumonia.

O infectologista Clovis Arns da Cunha, da SBI, chama a atenção para o subdiagnóstico do VSR no sistema público, onde o teste nem sempre é realizado em pacientes idosos com comorbidades. Nessas situações, o quadro pode ser tratado como gripe comum ou pneumonia, sem a identificação do vírus.

Ainda segundo o especialista, o aumento de internações por bronquiolite em crianças nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste em 2025 — com crescimento também no Sul e Nordeste — indica alta circulação do VSR. “Se o vírus está tão presente entre as crianças, certamente também está entre os avós”, afirmou.

Dados do Boletim InfoGripe, da Fiocruz, apontam que o VSR foi responsável por 45% dos casos positivos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no primeiro semestre de 2025, com 18.654 registros. O número representa quase o dobro dos percentuais relacionados ao Rinovírus (22,8%) e à Influenza A (22,7%).

Para a consultora da SBI Rosana Richtmann, a imunização contra o VSR deve ser considerada tão importante quanto a vacina contra a gripe para pessoas com mais de 60 anos. “Desde o início do ano, observamos tendência de aumento nos casos do vírus, com potencial para pneumonia grave, especialmente em idosos com múltiplas comorbidades”, alertou.

Texto reescrito com o auxílio do Chat GPT e revisado por nossa equipe

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