Setores da Casa de Caridade Leopoldinense e do Hospital São Jorge são interditados
Ações foram realizadas pela Gerência Regional de Saúde de Leopoldina
A Gerência Regional de Saúde de Leopoldina interditou, na última quinta-feira (20), o Centro de Terapia Intensiva (CTI) da Casa de Caridade Leopoldinense (CCL) localizada em Leopoldina, cidade a 96 quilômetros de Juiz de Fora. Pelas redes sociais, a instituição se pronunciou através de um vídeo do Secretário de Saúde do Município e Interventor Interino da CCL, Márcio Machado, e uma nota assinada pelo coordenador do CTI.
No vídeo, publicado no perfil da Casa Caridade Leopoldinense, Márcio afirmou que o CTI da instituição foi interditado cautelarmente, porém sem fiscalização presencial. “[…] Se tivessem vindo aqui, veriam que a gente tem um anestesista de plantão. Esse foi um ato arbitrário e unilateral. Com um único e-mail, tomaram decisões que afetam duramente a vida do leopoldinense”, disse o interventor interino, que finalizou o vídeo dizendo que a instituição já recorreu à Justiça para reverter a decisão.
Questionada, a Secretaria de Estado de Saúde enviou nota à Tribuna dizendo que a decisão foi motivada pela “identificação de falhas na garantia de funcionamento contínuo do Centro Cirúrgico, especialmente na disponibilidade de anestesistas e cirurgiões nos plantões de sobreaviso da rede de urgência e emergência”, além de afirmar que a ação teve como base evidências documentais fornecidas pela instituição hospitalar à Coordenação de Redes de Atenção à Saúde (Cras) da Gerência Regional de Saúde de Leopoldina. “(As evidências) apontaram desassistência em determinados dias e horários, sem um fluxo alternativo adequado para a transferência segura dos pacientes. Diante disso, a interdição foi determinada até que as irregularidades sejam sanadas, garantindo atendimento seguro e ininterrupto.”
Em nota, também publicada nas redes sociais da CCL, a instituição afirmou que os pacientes hospitalizados em leito do Centro de Tratamento Intensivo da unidade foram inseridos no programa SUS Fácil “com o objetivo de transferência para outra instituição que disponha de leito vago de CTI”. A unidade hospitalar também alega que “não é possível prever para qual hospital os pacientes serão encaminhados e nem em quanto tempo tal trâmite irá acontecer.” No texto, a CCL também se manifesta quanto à preocupação com o funcionamento do hospital, pois, segundo a instituição, “a interdição do CTI impacta diretamente no serviço de nefrologia, obstetrícia, centro cirúrgico e urgência e emergência, serviços esses interligados e interdependentes.”
Hospital não foi o único atingido
A CCL não foi a única instituição que teve uma unidade de tratamento intensivo interditada pela Gêrencia Regional de Saúde de Leopoldina. O Centro Cirúrgico e a UTI do Hospital São Salvador, de Além Paraíba, a 108 quilômetros de Juiz de Fora, também foram interditados. Em nota, a Prefeitura de Além Paraíba disse que foi notificada oficialmente da decisão em primeira instância do Estado sobre a interdição da UTI e do Centro Cirúrgico do Hospital São Salvador na tarde da última terça-feira (18).
A administração do município disse que o relatório apresentado aponta 193 irregularidades que, segundo a decisão, inviabilizam o funcionamento dos setores interditados e que tal constatação “está alinhada às denúncias apresentadas pelo Prefeito Municipal e pelo Secretário de Saúde na primeira sessão da Câmara Municipal, em 03/02, quando foram expostas as diversas irregularidades herdadas pela gestão atual”. Em nota, o Município também informa que a paralisação das atividades do CTI e do Centro Cirúrgico não impede o funcionamento do Hospital, que os atendimentos de emergência e pronto-socorro seguem normalmente e que os pacientes que necessitarem de cirurgias ou atendimentos em casos graves serão transferidos via Samu para hospitais da região, com a finalidade de garantir a continuidade do atendimento adequado.
Por fim, a nota publicada pela Prefeitura de Além Paraíba diz que um plano de ação já está sendo elaborado. “A gestão atual já está operando na elaboração de um Plano de Ação factível e aplicável junto à Secretaria Estadual de Saúde para reverter essa situação e garantir um atendimento digno para todos.”
Tópicos: Além Paraíba / leopoldina