MPMG investiga esquema de rachadinha em Secretaria de Obras de cidade mineira

Apurações apontam possíveis crimes de homofobia, peculato, corrupção e lavagem de dinheiro no local


Por Pâmela Costa

25/11/2024 às 12h35- Atualizada 25/11/2024 às 12h43

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(Foto: Polícia Civil)

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) deflagrou, na manhã desta segunda-feira (25), a Operação Bilocação para executar oito mandados de busca e apreensão e outras medidas cautelares na Secretaria de Obras (SO) de Formiga, cidade no oeste de Minas a aproximadamente 360 km de Juiz de Fora. Por meio das investigações, que já duram há mais de um ano, foram identificadas na pasta municipal uma série de crimes envolvendo  possíveis desvios de recursos e irregularidades administrativas.  

O caso começou a ser investigado quando o responsável por um dos setores da secretaria lançou a folha de pontos de um servidor com horas extras que nunca foram realizadas. Segundo o MPMG, as horas a mais teriam sido computadas porque “o servidor beneficiado gravou um áudio com mensagens de cunho sexual direcionadas a um dos vereadores de Formiga”, informou. A gravação teria sido compartilhada em um aplicativo de mensagens.

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(Foto: Polícia Civil)

O pontapé inicial levou os investigadores a identificarem uma teia de crimes baseada em um esquema de pagamento de horas extras, nunca efetivamente cumpridas, dentro da secretaria. O recebimento indevido posteriormente era dividido com o responsável pelo setor administrativo. Prática conhecida como crime de peculato-desvio ou “rachadinha”, além de bilocação, uma vez que os servidores, em tese, estariam em dois locais ao mesmo tempo.

O mesmo servidor do setor administrativo e vinculado a SO, solicitava propina para deferimento de conversão de férias aos funcionários, o que configura como corrupção.  A operação foi promovida pelo Grupo de Ação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com 17 policiais civis, pelas 2ª e 3ª Promotorias de Justiça da comarca com dois promotores e outros 18 policiais militares.

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