Novo PAC prevê adequação das linhas férreas de Juiz de Fora
Verba para ferrovias que cortam Juiz de Fora devem ser aplicadas na construção de cinco viadutos sobre passagens de nível
Na última sexta-feira (11), foi anunciado que o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) irá realizar mais de 300 obras em rodovias e ferrovias, em um investimento de R$ 1,7 trilhão. Do valor total de investimento, R$ 371 bilhões vêm do Orçamento Geral da União, enquanto R$ 612 bilhões têm origem do setor privado; as empresas estatais vão aportar R$ 343 bilhões e mais R$ 362 bilhões virão de financiamentos. A previsão é que R$ 1,4 trilhão sejam aplicados até 2026 e o restante após essa data. Em Juiz de Fora, entre os investimentos, será feita a adequação das linhas férreas, sendo uma das prioridades para os próximos anos.
A Tribuna entrou em contato com a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) e com a MRS para buscar mais informações sobre os investimentos que serão realizados no município. Em nota, a PJF informou que “não recebeu nenhuma comunicação oficial, mas em contato com a MRS, foi informado que os investimentos são referentes às obras dos viadutos que estão previstas“. Em março, a Tribuna publicou matéria em que a MRS estudava a implementação de cinco novos viadutos para a superação de passagens de nível em Juiz de Fora, prevista no Plano de Investimentos que integra o 4º termo aditivo ao contrato de concessão da MRS. A construção dos viadutos é uma contrapartida à renovação do contrato da concessionária, ocorrida em 2022, e que vale até 2056.
O Novo PAC vai investir em todos os estados do Brasil, a partir dos seus nove eixos de investimentos, como: Cidades Sustentáveis e Resilientes, Transição e Segurança Energética, Transporte Eficiente e Sustentável, Inclusão digital e Conectividade, Saúde, Educação, Infraestrutura Social e Inclusiva, Água para Todos e Defesa. O programa traz 302 empreendimentos rodoviários e ferroviários, dentre eles obras públicas e concessões à iniciativa privada. O objetivo é utilizar R$ 280 bilhões em rodovias e ferrovias, com R$79 bilhões para recursos do Orçamento Geral da União e R$ 201 bilhões para investimentos privados. Já são 267 empreendimentos previstos nas rodovias federais, e os recursos também buscam realizar a manutenção da malha rodoviária em todos os estados brasileiros.
Dentro do setor de ferrovias, uma das obras do Novo PAC é o trecho da Transnordestina em Pernambuco, que envolve a região metropolitana de Recife, de Salgueiro ao Porto de Suape. No total, estão previstos R$ 6 bilhões em investimentos públicos e R$ 8,2 bilhões em investimentos privados para ferrovias. Além de Juiz de Fora, a adequação das linhas férreas será feita em Barra Mansa (RJ) e a construção das ferrovias de Integração Oeste-Leste (Fiol 2) e de Integração do Centro-Oeste (Fico 1).
Além dos casos citados, também estão sendo feitos seis estudos de novas concessões dentro do programa, como por exemplo a EF-170. As intervenções em ferrovias e rodovias integram o eixo Transporte Eficiente e Sustentável, que também coloca em conjunto investimentos em portos, aeroportos e hidrovias. O objetivo dessa ação é reduzir os custos de produção nacional para que o mercado interno consiga elevar a competitividade no contexto do exterior. Esse é o segundo maior montante destinado dentro do programa, sendo reservado para isso R$ 349 bilhões.
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Ministério de Minas e Energia terá 165 empreendimentos
No setor de energia, foi anunciado que o Ministério de Minas e Energia irá contar com 165 empreendimentos, recebendo investimento de R$ 592 bilhões. Um dos objetivos é o relançamento do programa ‘Luz para Todos’, que deve receber R$ 14 bilhões de investimento em onze estados. Dessa forma, vai ser ampliado o atendimento a partir de mais de 28 mil quilômetros em novas linhas de transmissão, projetos em usinas eólicas e fotovoltaicas.
Também devem ser feitos projetos de usinas termelétricas a gás natural, análises para geração de hidrogênio verde e a extensão da vida útil da Usina de Angra 1 e a UTN Angra 3. Esses projetos ainda vão passar por estudos de viabilidade técnica, econômica e socioambiental para serem realizados.
Na área de petróleo, gás e biocombustíveis, o PAC prevê obras como o Projeto Integrado Rota 3, implantação de Biorrefino em refinaria de Mataripe, perfuração de três poços exploratórios dentro da campanha exploratória da Petrobras na Margem Equatorial, Unidade de Captura e Estocagem de Carbono em reservatório subterrâneo e conclusão da Refinaria Abreu e Lima.
Os demais recursos do PAC devem ser voltados para projetos de minerais de transição energética (como urânio, cobalto, níquel, quartzo, lítio, cério-terras raras, cobre, grafita), estudos para avaliação dos depósitos minerais (P, K, N) e ainda aproveitamento de rochas e rejeitos de mineração.