PJF e Câmara vão montar grupo para discutir transporte de pacientes renais
Adequação dos serviços foi debatida na Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência
Em encontro realizada nesta quinta-feira (29), a Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Câmara Municipal de Juiz de Fora (CMJF) defendeu a garantia de um transporte de saúde adequado para os pacientes renais que carecem de tratamentos especializados, como a Terapia Renal Substitutiva, que abrange procedimentos como a diálise peritoneal, a hemodiálise e o transplante renal.
O encontro contou com a presença de usuários e profissionais do Serviço Único de Saúde (SUS), além de representantes da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF). Durante a reunião, foram apresentados dados que apontam que existem cerca de 600 pacientes renais crônicos em terapias substitutivas no município. Entre aqueles que necessitam do atendimento, está o irmão do professor Guilherme Müller, que, há sete anos, está em tratamento renal.
Em sua fala durante as discussões, o professor relatou dificuldades para superar as burocracias necessárias para se ter acesso ao transporte oferecido atualmente, com carro e motorista pelos Consórcios Integrados de Transporte Urbano (Cinturb). “A Astransp (Associação Profissional das Empresas de Transporte de Passageiros de Juiz de Fora) ou não atende telefone ou liga em cima da hora para avisar que não tem carro no dia. E se houver uma greve dos motoristas? Como ficam os pacientes?”, questionou.
Pacientes renais necessitam de transporte sanitário
Por sua vez, o presidente da Comissão de Saúde Pública e Bem-Estar Social da Câmara, o vereador Doutor Antônio Aguiar (União), solicitou ao secretário municipal de Saúde da Prefeitura de Juiz de Fora, Ivan Chebli, que dê continuidade ao projeto que institui o transporte sanitário na cidade. “É uma doença crônica em um órgão vital. É necessário que todos se empenhem na execução deste projeto”, afirmou o parlamentar.
Para se aprofundar sobre a situação, Chebli sinalizou a criação de um grupo de trabalho, reunindo representantes da PJF, da Câmara e de outras entidades. “Não há solução fácil para problemas complexos. A Secretaria Estadual de Saúde, pela primeira vez, alocou recursos para financiar o transporte sanitário eletivo estadual: R$3 milhões, valor insuficiente para garantir a demanda sequer dos pacientes renais crônicos.”
A sinalização foi bem recebida pelo presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, o vereador Maurício Delgado (União). “Vamos criar esse grupo de trabalho o mais rápido possível, para que seja executado o recurso aportado do estado”.