Catástrofe no Centro da cidade
Um dos maiores incêndios da história de Juiz de Fora provocou um cenário de caos, no Centro da cidade, entre a tarde e a noite de ontem. O fogo, que teria começado por volta das 17h, na loja Tetê Festas, na Rua Floriano Peixoto, próxima à esquina com a Avenida Getúlio Vargas, ainda não havia sido totalmente controlado até o fechamento desta edição. As causas do incidente serão investigadas. Por mais de sete horas, as labaredas consumiram, pelo menos, outros oito imóveis, migrando rapidamente para o centro comercial da Avenida Getúlio Vargas. Com a propagação das chamas, houve medo de que as lojas do Mister Shopping também fossem atingidas, o que provocou uma correria após as 22h. Por volta das 23h, a hipótese foi descartada pelos bombeiros, mas ainda havia temor de que ocorressem explosões em uma loja de borracha, o que poderia espalhar novas labaredas. Entre os comerciantes, o quadro era de desespero. Já a população assistia, perplexa, o fogo consumir tudo pela frente.
Uma moradora, de 80 anos, estava em um dos prédios e conseguiu escapar antes de o incêndio atingir seu apartamento. Uma mulher desesperada buscava pela filha, que morava em um dos edifícios atingidos. A jovem foi encontrada ilesa minutos depois. Responsáveis pela Tetê Festas foram até o local e, abalados, preferiram não se pronunciar.
As operações envolveram aproximadamente 50 homens do Corpo de Bombeiros, incluindo, pelo menos, três unidades de Resgate, três caminhões-tanque e um caminhão com escada magirus. A brigada de incêndio de uma empresa privada chegou a ser acionada, assim como caminhões-tanque da Cesama, Empav e Demlurb. Por volta de meia-noite, um guindaste foi cedido para facilitar o combate das chamas no alto. De acordo com o tenente Arciole Lazzarione, que coordenava o Copom da Polícia Militar, na noite de ontem, todo o efetivo disponível da PM foi enviado para o local, totalizando cerca de cem homens. Entre as principais funções da corporação estavam conter os curiosos, controlar o trânsito, ajudar na evacuação dos prédios e evitar saques ao comércio da área. Todas as motos e viaturas da Rotam, do Pelotão de Trânsito e das 30ª, 70ª e 135ª companhias foram enviadas ao local. "Nossa principal preocupação foi auxiliar os bombeiros no isolamento da área, pois os curiosos não estavam respeitando o perímetro de segurança."
O prefeito Custódio Mattos esteve no local e verificou o rastro de destruição deixado pelo incêndio, que classificou como "catástrofe de grandes proporções". Ele informou que a Prefeitura vai se mobilizar no sentido de oferecer apoio social às famílias que, por ventura, tenham ficado desabrigadas. "Graças a Deus, não houve vítimas. Situações como esta dão lições importantes. Neste caso, a necessidade de políticas mais rigorosas de prevenção." Hoje, a partir das 5h30, a Settra se reúne para definir as interdições de trânsito que serão necessárias na região afetada.
Fumaça
Logo no início, uma densa cortina de fumaça preta saía da sobreloja da Tetê Festas, na Floriano Peixoto. Em poucos minutos, a fumaça podia ser vista em vários pontos da cidade. Uma multidão, incluindo crianças, se aglomerava no entorno, dificultando o trabalho dos bombeiros, que demoraram pelo menos uma hora para isolar a área em um raio de 30 metros. Boa parte das pessoas contidas pela corda de isolamento estava com celulares e câmeras fotográficas em punho, para registrar o incidente. A concentração de pessoas dificultou a passagens dos veículos oficiais.
Cerca de 40 minutos depois, equipes dos bombeiros já se revezavam para entrar nos prédios, com a ajuda de aparelhos de oxigênio e trajes especiais. A fumaça tinha um forte de cheiro que dificultava a respiração e causava irritação nos olhos de quem estava nas proximidades. Uma espécie de exaustor também fui utilizada, na tentativa de remover o excesso de fumaça do interior dos prédios.