Laudo pericial da Tusmil descarta pane em ônibus envolvido em acidente
Embora documento tenha concluído que sistema de freio funcionava normalmente, motorista que estava no veículo relatou à PM que ônibus não teria respondido à sua tentativa de freagem
A Viação Tusmil, do Consórcio Manchester, divulgou nesta quarta-feira (15) uma análise pericial sobre o acidente ocorrido no último dia 4, no pátio interno da empresa, que matou o funcionário da Tusmil Francisco Venâncio Pereira Filho, 62 anos. Conforme o documento, feito por perícia particular contratada pela empresa, foi concluído que houve “imperícia e desatento procedimento por parte do condutor do veículo 504, que não acionou a alavanca de freio de estacionamento, que desta forma impediria o deslocamento de recuo e descida pela rampa”. O laudo afirma que, após testado por técnico, o carro “em nenhum momento apresentou pane em seus sistemas de freios”.
Ainda segundo o laudo, “na ocasião dos exames, foram testados os veículos acidentados, 504 e 646 em funcionamento, ensaios de frenagens, freio de pedal e funcionamento do freio de estacionamento e ainda testado outro veículo 689 que escolhido aleatoriamente, e pode-se verificar que todos apresentavam seus respectivos sistemas de freios”. A perícia esteve no local do acidente e também analisou as filmagens registradas pelas câmeras. Segundo o documento, foram analisadas quatro câmeras localizadas no interior do veículo 504 – que atropelou a vítima, além de colidir contra outro ônibus, uma motocicleta, uma árvore e um canteiro. Também foram analisadas três câmeras externa localizadas no pátio da garagem.
Na nota divulgada nesta quarta, a Tusmil novamente lamentou o ocorrido, e informou prestar “total apoio e solidariedade tanto à família de seu funcionário Francisco Venâncio, quanto ao motorista que conduzia o carro no momento do acidente, oferecendo todo o acompanhamento necessário à sua saúde”. A Tribuna entrou em contato com a Prefeitura de Juiz de Fora, que não se pronunciou sobre o laudo pericial da Tusmil e informou que aguardará o documento elaborado pela perícia técnica da Polícia Civil.
A Tribuna entrou em contato com a Polícia Civil para verificar se há novidades sobre o laudo, mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem.
Condutor do veículo alegou que freios não teriam funcionado
O acidente que matou Francisco Venâncio ocorreu por volta de 1h do dia 4 de junho, um sábado, na porta da garagem da empresa Tusmil, onde ele trabalhava como motorista há um ano. Francisco teve o óbito confirmado ainda no local pelo Samu. Embora a perícia técnica contratada pela empresa tenha atestado que não houve pane no sistemas de freios do veículo em questão, de acordo com informações do boletim de ocorrência registrado pela PM no dia do acidente, o motorista do ônibus que atingiu a vítima relatou que o sistema teria falhado.
Ele contou que após o término do serviço, recolheu o coletivo para a garagem. Ao chegar na empresa, passou pela portaria, subiu com o ônibus pela rampa de acesso, onde ficou estacionado, aguardando para entrar no pátio. Ele acrescentou que teria desligado o veículo, engrenado e permanecido com o pé no pedal do freio. Entretanto, o ônibus desceu a rampa de ré, atingindo a vítima, que estava em pé, do lado de fora da guarita da entrada da viação, conversando com colegas. O condutor acrescentou que tentou frear o coletivo, mas que o mesmo não teria respondido ao comando.
PJF rompe contrato com Consórcio Manchester
Nesta quarta, a PJF anunciou a caducidade do contrato de serviço de transporte público com o Consórcio Manchester. De acordo com o Município, a concessionária segue obrigada a prestar o serviço durante 90 dias, até que a Prefeitura encontre uma empresa substituta. A decisão foi justificada pela PJF pela degradação da frota do consórcio, com aumento de mais de quatro vezes na média de notificações por dia. Além do aumento de reclamações quanto a problemas nos veículos, a prefeita Margarida Salomão (PT), no comunicado, afirmou que foi constatada a circulação de 25 veículos com idade acima do permitido por contrato.