Por que é preciso lutar pela igualdade da mulher nas empresas

Nesta quinta-feira, 26 de agosto, foi comemorado o Dia Internacional da Igualdade da Mulher. Neste mesmo dia, em 1973, a data foi escolhida pelo Congresso dos Estados Unidos como homenagem pelos 53 anos da aprovação da emenda que permitiu o voto às mulheres do país. Muitas já foram as conquistas em tantos anos de luta por direitos iguais aos dos homens. E, ainda assim, é importante a permanência e até o aumento dos debates sobre a causa para que, finalmente, essa equidade seja realmente alcançada em todos os âmbitos. Antigamente, muitas profissões eram tidas, naturalmente, como masculinas, sendo privado o seu acesso às mulheres, algumas vezes consideradas inapropriadas para exercer tais tarefas. Isso também mudou. A Ansal, empresa de transporte de Juiz de Fora, soma histórias de mulheres que ocupam esses cargos e ajudam a construir, com suas histórias, a da empresa. Hoje, duas delas contam sobre suas trajetórias e inspiram outras mulheres pela coragem e confiança que carregam.

Orgulho no volante

Eleni Teixeira Silva é motorista de transporte público. Ela lida diretamente com todos os passageiros que passam por ela para entrar no ônibus. Sua função, além de dirigir, é também receber, com o sorriso escondido pela máscara, a população. Esse, inclusive, é um dos motivos pelos quais ela sente mais orgulho de sua profissão: “Sinto orgulho do meu trabalho, sim! Além de ser uma atividade que gosto de realizar, é uma função que beneficia o próximo e gera retorno para a sociedade”, afirma. Mas, além disso, a Ansal, de acordo com ela, tem papel fundamental na busca pela equidade de gênero. “É um bom lugar para a gente trabalhar, pois propaga os valores de igualdade e, além disso, fornece o suporte adequado a todos os seus funcionários, sem distinção”. O exemplo que ela dá para demonstrar que esse papel está sendo cumprido é o aumento no número de mulheres da empresa. E, o mais importante, o nosso trabalho é valorizado. O grande diferencial é respeitar as diversidades e, mais que isso, disseminar esses valores entre os funcionários e, claro, os passageiros, que reconhecem essa importância. Ainda assim, Eleni lembra: “Todas as vitórias dessa luta devem ser comemoradas, mesmo ainda existindo diversas conquistas a serem atingidas na luta pela igualdade feminina”.

Manobra responsável

Uma mulher inspira a outra. Eleni, por exemplo, é uma das inspirações, dentro da Ansal, para Gilcilene Cardoso dos Reis Costa Silva. Seu sonho é ser motorista de transporte coletivo, como a amiga. Sua vontade, desde sempre, era trabalhar na Ansal. Após muitas tentativas, ela entrou na empresa como cobradora e, seis meses depois, fez o curso de manobrista e, com isso, foi selecionada para o cargo. Hoje, seu trabalho é trocar os carros quando apresentam defeitos nas ruas. Muitas pessoas falavam que eu não conseguiria exercer esse tipo de função, mas sempre coloco na minha cabeça que sou capaz e vou conseguir o que quero. E sempre consigo trazer o carro até a garagem de volta.” Além disso, ela conta que é a única mulher que lida diretamente com os profissionais que consertam os ônibus, majoritariamente homens, como mecânicos e lanterneiros, e se sente muito respeitada. “Já ouvi muitas vezes que meu serviço era para homem, pesado, mas, com o nosso jeitinho, carinho e delicadeza, a gente consegue fazer, sim, tudo o que é designado para gente.” Para Gilcilene, a Ansal é uma ótima oportunidade para as mulheres, porque, além de respeitar o trabalho, “é uma empresa que dá oportunidade de crescimento. Aqui, não tem discriminação de raça, cor ou gênero”. Agora, vislumbrando esse crescimento, seu foco é ser como Eleni e lidar diretamente com os passageiros, transportando-os pelas ruas de Juiz de Fora.

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