E a Páscoa? Coelho dá lugar a motos na cidade
Brigaderia na Zona Sul fecha as portas, dá férias coletivas para funcionários e adere ao delivery para comercializar seus ovos de Páscoa
Há menos de um mês para a Páscoa, no dia 12 de abril, a Rellicário Brigaderia, com lojas em São Mateus e no Alameda Shopping, fechou as portas. Com 40 funcionários, a equipe está de férias coletivas. “É uma sensação de caos, porque estamos vivendo um momento de Páscoa, com campanha no ar, e por causa de segurança coletiva a gente achou melhor parar as atividades. Só vamos voltar em abril, dei férias coletivas para todo mundo, a princípio de 15 dias. Temos esperança de que em 15 dias a gente consiga ter uma sensação de normalidade das coisas, porque nenhuma empresa vai aguentar ficar 30, 40 dias, sem faturar”, comenta o empresário Paulo Oliveira, um dos sócios do estabelecimento.
O fechamento foi inevitável, segundo Oliveira. Desde sábado, o movimento apresentou forte queda devido ao aumento da disseminação do coronavírus no país e no mundo. Na última terça (17) a loja permaneceu vazia. “Se um funcionário pega, por exemplo, o coronavírus, de qualquer forma nós vamos ter que fechar, então nesse momento é melhor cada um ficar em casa. Fazendo a parte que tem que ser feita que é justamente ficar em isolamento. Para garantir que esse momento passe rápido”, aposta o empresário. “Em viés econômico, a gente não consegue recuperar isso. O que a gente teve que fazer, por exemplo, com a campanha de Páscoa, foi mudar toda a narrativa. Estamos antecipando a Páscoa, com delivery de ovo”, diz, contando que na campanha, um coelho desenvolvido em 3D lança desafios diários, muito focados no público infantil, que está em casa. “Não sabemos, quando chegar a Páscoa, qual vai ser o cenário.”
Em nota, o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Juiz de Fora (SHRBSJF) lamenta as terríveis perspectivas traçadas para o setor, que em todo o país emprega cerca de seis milhões de pessoas. Contudo, orienta aos estabelecimentos locais a adesão ao decreto municipal. “A categoria sofrerá intensamente a repercussão deste difícil momento epidêmico por que passa o país, prevendo demissões, inadimplência e fechamento de vários estabelecimentos, confiante pois que venceremos mais esta batalha”, manifesta o comunicado.