Picos de calor e baixo volume de chuvas marcam 2019
Comportamento do tempo ao longo do ano foi considerado atípico por meteorologista; 2020 deve ser marcado por chuvas e altas temperaturas
O ano de 2019 foi considerado atípico na região com relação ao volume de chuvas e as temperaturas. Em Juiz de Fora, para se ter ideia, só choveu acima do previsto, conforme a média histórica do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em três dos 12 meses do ano (fevereiro, abril e junho). Destaque pra janeiro, auge do período de instabilidade atmosférica, quando o acumulado de precipitações foi de somente 84,3 milímetros, índice que representou 26,1% do esperado. Em todo o ano, a soma das chuvas chegou a 83,4% do previsto, com 1.354 milímetros. Ano passado, quando choveu 5% acima da média, o acumulado chegou a 1.715 milímetros.
Com relação às temperaturas, fez mais calor do que a média histórica em 11 dos 12 meses. A exceção ficou com agosto, mas que praticamente igualou o previsto, com 0,1 grau abaixo da média. Já os meses de setembro, outubro e novembro foram marcados pelas fortes ondas de calor. Em 12 de setembro, por exemplo, fez 34,7 graus em Juiz de Fora, quando o esperado seria algo em torno de 23,3 graus. Dia 5 de novembro foi o mais quente de 2019, com 34,8 graus, a maior temperatura para aquele mês em 50 anos – e a maior registrada no município em quatro.
Conforme o meteorologista Ruibran dos Reis, do Instituto Climatempo, o comportamento atípico das chuvas e das temperaturas foi uma realidade em toda Minas Gerais no ano de 2019. “Tivemos localidades em que as temperaturas máximas ficaram até cinco graus acima do previsto. Para se ter ideia, no mês de outubro, o município de São Romão registrou 41,8 graus, a maior do ano em todo o estado”, informou, explicando que a situação estava prevista no Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). “É resultado das profundas mudanças climáticas que o planeta enfrenta, fruto das emissões de dióxido de carbono. Em toda a Terra não se fazia tanto calor desde o ano de 1750.”
O ano de 2020
O ano que se aproxima deverá ser marcado, novamente, pelas altas temperaturas, mas também com chuvas acima da média histórica. De acordo com Ruibran, o prognóstico para o primeiro semestre é de precipitações acima da média histórica para Minas Gerais, fruto da atuação constante do fenômeno climatológico conhecido como Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Este sistema é o principal responsável pelas chuvas fortes e contínuas no Sudeste brasileiro e é resultado do deslocamento de umidade a partir do Norte do país. “Com dias mais chuvosos, não deveremos ter picos de calor durante este verão. Entretanto, a previsão é de um segundo semestre bastante quente em toda a região.”
Réveillon com calor e sem chuva
A última terça-feira de 2019 promete ser de muito calor para os juiz-foranos. A estimativa do Instituto Nacional de Meteorologia é que os termômetros marquem máxima de 28 graus no último dia antes do novo ano. Para a Zona da Mata, existe ainda possibilidade de pancadas de chuva devido à combinação do calor e da alta umidade do ar que favorece pancadas de curta duração, geralmente à tarde em pontos isolados. Pela manhã o céu fica nublado a parcialmente nublado. Na hora da virada, os modelos meteorológicos apontam que não deverá chover, assim como o primeiro dia de janeiro. A estimativa para este dia é de céu claro e temperaturas podendo chegar aos 30 graus.
Nesta segunda, o sol também brilhou forte e não houve registros de chuva em Juiz de Fora pelos pluviômetros do Inmet, instalados no campus da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). As temperaturas oscilaram entre os 17 e os 27,6 graus.