Conheça sete gastos pessoais invisíveis que sabotam a liquidez na empresa
Estes gastos são aqueles que não aparecem nos controles financeiros e não são identificados com facilidade e que podem causar descontrole financeiro na empresa
Ao avaliar os indicadores econômicos e financeiros de sua empresa, você percebe que os gastos aumentaram nos últimos meses e estão impactando negativamente a liquidez, ou seja, a capacidade de honrar os compromissos no prazo. O que fazer? Reduzir custos, demitir pessoas, eliminar desperdício, monitorar contas a receber, negociar com fornecedores? Estas são algumas medidas que passam pela cabeça do gestor e que, de fato, contribuem para melhorar a liquidez da empresa, pois fazem parte de um conjunto de boas práticas de gestão financeira.
Já parou para pensar que seus gastos pessoais podem estar impactando a liquidez da empresa? Retirada pró-labore é o salário que o empresário recebe por administrar o empreendimento. O parâmetro para defini-la é o valor que você necessita para viver, desde que “caiba” no caixa da empresa, ou ainda o que se pagaria a outra pessoa para exercer as mesmas funções que você.
No que se refere às micro e pequenas empresas, raramente o caixa permite o saque integral do salário do dono da empresa. Logo, valores fracionados são retirados do caixa durante o mês para pagar despesas pessoais, à medida que elas surgem.
De acordo com pesquisa realizada pelo Sebrae (Perfil ME e EPP, 2017), 73% dos pequenos empresários possuem como única fonte de renda a empresa. Portanto, seu salário faz parte das despesas mensais do seu empreendimento.
Mesclar gastos pessoais com o caixa da empresa causa descontrole financeiro, tanto na pessoa física quanto na jurídica. Sim, eu sei que sai tudo do mesmo caixa, portanto recomendo que você estabeleça um valor fixo para retirada e, se não puder extrair tudo de uma vez, faça retiradas semanais, respeitando o teto estabelecido.
Se, apesar de ter definido o valor da sua retirada e feito o registro de toda a movimentação financeira da empresa, a conta não fechar, convido você a avaliar se os gastos invisíveis estão levando seu dinheiro embora. Podemos definir os gastos invisíveis como aqueles que não aparecem nos controles financeiros e não são identificados com facilidade.
Não, não estou falando do cafezinho! Vou lhe apresentar sete gastos invisíveis que afetam suas despesas pessoais e sabotam a liquidez da empresa:
- Telefonia móvel
Impossível imaginar a vida antes do telefone celular e da internet. São inúmeros os benefícios e é preciso avaliar o que representam para o seu bolso.
Você utiliza todos os serviços e minutos disponíveis? Quanto custam os serviços e minutos não utilizados?
- TV por assinatura
Dados divulgados pela Anatel revelam que há 17,5 milhões de contratos ativos de TV por assinatura. São diversos pacotes e vantagens, e os valores anuais variam de R$ R$ 863,90 a R$ 1.468,90. Mas atenção! Nem todas as vantagens podem ser necessárias.
Quanto tempo você passa assistindo à TV? Quantos canais sua TV por assinatura oferece e quantos efetivamente você assiste?
- Cartão de crédito
De acordo com o Banco Central, cartão de crédito é um meio de pagamento pós-pago com limite de crédito predefinido, que possibilita ao consumidor adquirir bens e serviços. São cincos as tarifas básicas referentes à prestação de serviço de cartão de credito: anuidade, emissão de segunda via do cartão, utilização de canais de atendimento para retirada de dinheiro, pagamentos de contas utilizando a função crédito e avaliação emergencial de crédito. Fique atento! As instituições podem cobrar tarifas por serviços diferenciados.
Você ratifica todos os valores que constam na fatura do seu cartão? Quanto você paga entre anuidades e tarifas? O valor pago é compatível com o serviço ou benefício utilizado por você?
- Tarifas bancárias
Indicam valores cobrados pelos bancos por cada serviço oferecido. Em geral, o correntista paga mensalmente por um pacote de serviços, que custa, em média, R$ 50 na versão básica. Em um ano, o total desembolsado é R$ 600. Quando as tarifas são diluídas em pequenos valores ao longo do mês, dificilmente são notadas.
Você confere todos os lançamentos de seu extrato? Qual o valor do seu pacote de serviços? Você tem conta em quantos bancos? Qual o total debitado de tarifas bancárias no último mês, considerando todos os bancos com que você tem relacionamento?
- Desperdícios
Compramos para satisfazer uma necessidade, realizar um desejo ou pelo prazer de agradar a alguém ou a nós mesmos. Que atire a primeira pedra aquele que nunca encontrou no armário uma peça com etiqueta, um presente que não foi entregue, um perfume e/ou maquiagem com validade vencida e até mesmo um alimento estragado na geladeira. Cada um dos itens mencionados representa dinheiro jogado fora. Vamos exercer o consumo consciente!
Quantas peças com etiqueta você tem no armário? No último mês, quantos produtos estragados você tirou da geladeira? Quantos alimentos vencidos você jogou no lixo? Somando o preço que está nas etiquetas, quanto dinheiro você tem guardado no armário? Quantos reais foram para a lixeira?
- Juros e multas por atraso
São valores cobrados pelo credor como uma forma de “penalizar” o devedor pelo pagamento em atraso. De acordo com o SERASA/SP, as principais causas de pagamentos de juros e multas por atraso são: desemprego, descontrole financeiro, compra para terceiros, falta de controle nos gastos, enfermidades, desorganização.
Você sabe quanto pagou de juros e multas por atraso nos últimos meses? Você costuma pagar contas em atraso por falta de tempo, falta de dinheiro ou por esquecimento?
- Serviços, contratos e não utilizados
É comum no final de cada ano avaliarmos o que o aconteceu e definirmos o que precisa ser modificado. Visando melhorar a qualidade de vida, preparamos uma lista de resoluções de ano novo. Estamos motivados. Logo, alguns produtos e serviços são adquiridos para nos ajudar a cumprir as metas e, muitas vezes, com o passar do tempo, não são utilizados. Calma! Eu não estou falando para abandonar suas resoluções de ano novo, mas, para o bem das finanças pessoais, cabe uma avaliação.
Você contratou algum serviço que não está usando? É possível pagar apenas pelo que for usado? Você pode vender ou doar para alguém aquele produto não utilizado?
Se você reconhece esses gastos e os considera difíceis de identificar, saiba que são sabotadores de suas finanças pessoais. Para o bem do seu bolso e da liquidez da sua empresa, é hora de eliminar os gastos invisíveis. Mãos à obra!!!