Acusado de estuprar a própria filha é encaminhado para Leopoldina
Conforme delegada à frente do caso, a transferência foi determinada pela Justiça para manter a segurança do detento
O pai suspeito de ter estuprado a própria filha, uma adolescente de 16 anos, foi ouvido na tarde desta quinta-feira (23), pela delegada Ione Barbosa. Após a oitiva, o homem, 40, que estava no Ceresp em Juiz de Fora desde domingo (19), seguiu para o Presídio de Leopoldina, onde deverá permanecer até o fim das investigações. Conforme a delegada, a transferência foi determinada pela Justiça para manter a segurança do detento. Também foi colhido material genético do suspeito a fim de realizar novos exames, que poderão confirmar a conjunção carnal.
Ione preside o inquérito e apura o crime, que veio a conhecimento público no último domingo. Na ocasião, o homem foi capturado por militares da 4ª Companhia de Missões Especiais depois de ter violentado a filha mais uma vez. Ele foi preso em casa, onde residia com a vítima e outros dois filhos. A polícia apura se os irmãos da jovem, de 16 e 17 anos, também eram abusados pelo pai. Nesta quarta-feira, novas oitivas foram realizadas e ambos prestaram depoimento, mas o conteúdo não foi divulgado pela delegada. A policial já solicitou medida protetiva para os três adolescentes e solicitou a conversão da prisão em flagrante por preventiva. A Justiça acatou esta última solicitação.
Desde domingo, a vítima está sob a responsabilidade de terceiros, uma vez que teria sido abandonada pela mãe ainda bebê e não possui avós. A mãe da adolescente esteve na delegacia e, no seu relato, contou ter desconfiado dos abusos. Conforme as investigações, a menina é vítima de violência sexual desde os 6 anos de idade. O suspeito é graduado em História e, chamou atenção da polícia ao dizer já ter pesquisado na internet que incesto, nome dado à relação sexual entre parentes, não era crime, mas sim contravenção penal. Ainda segundo ele, em troca dos favores sexuais, ele dava certa quantia em dinheiro à filha. O valor, segundo a polícia, é proveniente da pensão deixada pela avó aos netos.
O irmão do suspeito também foi ouvido nesta quinta. Segundo a Polícia Militar (PM), ele teria ido à delegacia na data da prisão do irmão, mas disse não acreditar na versão da sobrinha. Assim como outros familiares, que tomaram conhecimento do crime anteriormente, ele também não tomou quaisquer providências, segundo afirmou a delegada. Todos os membros poderão ser responsabilizados por omissão, caso, ao fim do inquérito, fique comprovado que o crime era de conhecimento da família.