Após 20 anos, filho é preso por suspeita de extorquir e ameaçar idosa
Homem foi preso após sair de um hospital onde fazia tratamento para dependência química
Um homem, 33 anos, foi preso, nesta segunda-feira (16), suspeito de ameaçar e extorquir a própria mãe, uma idosa de 70 anos. A prisão foi realizada pela equipe da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, durante a tarde, após o suspeito receber alta de um hospital de reabilitação, no Bairro Grama, Zona Nordeste de Juiz de Fora. Segundo informações da Polícia Civil, o filho é usuário de drogas e, há pelo menos 20 anos, desde quando tinha 13 anos de idade, acumula um histórico de ameaças contra a mãe, além de extorqui-la, a fim de conseguir dinheiro para comprar drogas.
O caso veio à tona após a situação ficar mais severa e os outros filhos da vítima procurarem a polícia, em maio deste ano, para denunciar o ocorrido. Logo foi instaurado inquérito policial e solicitada medida protetiva para a idosa. Sozinho, o preso possui 19 boletins de ocorrência pelos crimes de tráfico de drogas, ameaça, agressão e furto.
De acordo com a delegada que está a frente do caso, Ione Barbosa, a mulher estaria morando na casa de um outro filho, por não suportar mais a situação à qual era submetida. “Ela tem problemas de coração e, diante do nervosismo pela situação enfrentada com o rapaz, é necessário procurar um hospital para intervenção médica. A idosa vem travando essa luta há anos. Inclusive, em seu depoimento, disse que sua casa está ‘depenada’, pois o filho já vendeu eletrodomésticos, roupas, dentre outros objetos para conseguir dinheiro e comprar drogas”, disse a delegada, afirmando ainda que até a fiação elétrica o rapaz já arrancou do imóvel para vender, assim como o vaso sanitário, a pia da cozinha, além de portas e janelas. “Ela estava numa situação extremamente crítica e, agora, quer retornar para sua casa. A idosa estava sofrendo agressões físicas e patrimoniais.”
Segundo as investigações, em um dos surtos, o preso exigiu que a mãe retirasse toda a roupa do corpo para ter certeza de que ela não possuía qualquer quantia em dinheiro. A casa da mulher já teria sido incendiada por ele, que também se cortou em frente da mãe e a ameaçou com faca e pedaço de pau. “Diante da gravidade da situação e para que não ocorra coisa pior, requeremos a prisão preventiva dele e, novamente, medida protetiva para a idosa, uma vez que, no passado, ela já contava com medida protetiva contra o filho, já que ele vinha a ameaçando”, afirmou a policial.
Com a finalidade de adquirir drogas, o homem realizou diversos empréstimos consignados em nome da mãe. Os valores não foram informados. A prisão do suspeito foi necessária para resguardar a integridade física e psicológica da idosa.
Se condenado, o homem poderá responder por continuidade delitiva relacionada às ameaças. Ainda será comprovado se houve agressão do suspeito em relação à vítima, descumprimento de medida protetiva e também pelas extorsões. “É um caso muito triste e, infelizmente, temos a droga mais uma vez como principal problema deste caso”, relata Ione, relembrando o episódio envolvendo uma outra idosa, 65, que já tinha feito 71 boletins de ocorrência contra o filho. “Nestes casos, a vulnerabilidade é bem maior, pois são crimes envolvendo pessoas da terceira idade e mulheres. É importante que familiares procurem uma unidade policial e denunciem, ainda que seja um parente próximo, como os filhos. Após ser ouvido, o homem foi levado para o Ceresp e será submetido a exames para averiguar o grau de dependência química.
Denúncias põem fim ao sofrimento
Para Ione, é de extrema importância a denúncia para por fim aos sofrimentos causados à vítima. “Além dos parentes, pessoas próximas, vizinhos ou quem souber de episódios assim deve denunciar. Com essas informações, a polícia tem condições de ir até o local e tomar medidas necessárias, como a própria prisão”, orientou Ione Barbosa. “No caso desta segunda, a vítima possui a saúde debilitada e graves problemas de coração, e, todas as vezes em que era ameaçada pelo filho, a idosa sentia-se mal, ficava sem ar, refletindo ainda nos pulmões. Atualmente, além do 190 da Polícia Militar, as denúncias podem ser feitas ao 180 e 181, que garantem o anonimato dos denunciantes.
