Vitória da coletividade
Não era o time titular da Alemanha. O placar não foi dilatado. Todos sabemos. A vitória sobre a Alemanha na última terça-feira pelo placar mínimo não exorciza o fantasma dos 7 a 1. Nem de longe. Mas isto pouco importa. A Seleção apresentou um desempenho que agradou e um nível de competitividade que denota algo muito maior e melhor que qualquer vingança. Foi o triunfo que reafirmou a consolidação de uma equipe que vem se lapidando cada vez mais desde a chegada de Tite ao comando técnico brasileiro, com um bom padrão de jogo capaz de enfrentar de frente as principais escolas do futebol mundial. Basta lembrar das boas apresentações nas Eliminatórias e das recentes vitórias em amistosos contra formações europeias.
Não seria arrogante colocar o Brasil como favorito à Copa da Rússia. Nem um pouco. Uma equipe pentacampeã mundial sempre será apontada como postulante ao título em qualquer competição que se aventurar. Pesa a camisa. Pesa a tradição. Pesa a paixão do torcedor. Além de tais fatores, outro ponto que me faz crer em uma possível conquista é o fato de Tite ter conseguido fazer o time jogar bem contra a Rússia e contra a Alemanha. Tão bem que tanto a equipe como boa parte dos torcedores sequer sentirem a ausência da estrela da companhia, Neymar, que está de molho por conta de uma fratura no pé direito.
Com o novo treinador, prevalece o jogo coletivo, que é a verdadeira alma do futebol. Outra: a história também sorri para a coletividade. Mesmo celeiro de craques e talentos individuais desde sempre, o Brasil só levantou a taça quando conseguiu construir um padrão de jogo harmonioso em que todos os atletas desempenharam função tática relevantes para que estrelas como as de Garrincha, Pelé, Romário e Ronaldo pudessem brilhar. Não se enganem: em 58, 62, 70, 94 e 2002, o Brasil apresentou padrões táticos de destaque e afiançou conquistas escritas por todo grupo de atletas.