Seis crianças continuam internadas após mal-estar
Resultado de exame que pode apontar causas de mal-estar em 40 crianças deve ser divulgado em 10 dias
Seis crianças assistidas pelo Curumim do Bairro Santa Luzia e internadas após apresentarem mal-estar na última semana continuavam hospitalizadas nessa terça-feira (7). De um total de 11 crianças, sete foram levados para a Santa Casa de Misericórdia. Nesta terça, cinco tiveram alta. Já as quatro crianças internadas no Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus continuam sendo atendidas no local. Elas foram encaminhadas aos hospitais após serem atendidas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Sul na última sexta-feira (3), onde foi constatado que 40 assistidos no curumim apresentaram quadros de vômito, febre e diarreia.
A Tribuna fez contato com duas famílias afetadas pelo problema e constatou que os episódios de mal-estar tiveram início na quarta-feira (1º) à noite, horas após as crianças comerem. Segundo uma delas, no jantar, foi oferecido arroz, feijão, estrogonofe, batata baroa e gelatina. Em nota enviada à Tribuna sobre o episódio, a Prefeitura afirmou que foi constatado pela Vigilância Sanitária que todos os alimentos estavam dentro do prazo de validade, mas não especificou o cardápio. Ainda segundo a Prefeitura, a qualidade da água que abastece o local estava dentro do padrão exigido.
Mãe de três crianças com 7, 8 e 11 anos assistidas no local e irmã de uma menina de 7 anos, que também frequenta o curumim, uma mulher que preferiu não se identificar disse que esse tipo de episódio nunca aconteceu anteriormente, e, por isso mesmo, exige saber o que aconteceu. “Eles alegam que a Vigilância Sanitária esteve no local e não achou nada. Mas elas estavam muito mal, com sinais claros de desidratação. Meus meninos não tinham nem forças para ficar de pé quando chegaram ao hospital. Sem contar que foram muitas crianças afetadas. Tem que ter uma justificativa.”
A mãe de outras duas crianças, de 8 e 12 anos, disse que se sentiu desassistida pela Prefeitura. “Foi um susto imenso. Acabamos pegos de surpresa e gastamos com medicamentos, alimentos específicos, soro, sem ter dinheiro para isso. Além disso, disseram que podia ser um rotavírus e que o laudo ainda vai demorar para sair. Mas estamos aguardando uma reunião, porque temos o direito de saber o que aconteceu.”
A Prefeitura reforçou que está acompanhando a situação e que aguarda o resultado de análises que serão feitas pela Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte, para se pronunciar oficialmente sobre as causas do mal-estar. A assessoria de comunicação da Secretaria de Desenvolvimento Social, responsável pela gestão dos curumins, informou que, assim que souberam dos casos, uma pedagoga e a coordenadora da instituição foram à UPA onde as crianças estavam e estão apoiando as famílias desde então. Já a Secretaria de Saúde afirmou que a expectativa é que o resultado do exame seja divulgado em cerca de dez dias. As visitas domiciliares às 29 crianças atendidas e liberadas no mesmo dia pela UPA começam nesta quarta-feira (8).