Demanda antiga
Enquanto não houver uma solução definitiva para o caso dos flanelinhas, as blitze, como as do último fim de semana, são necessárias, pois coíbem a ação desses personagens, que se sentem donos das ruas e não se constrangem, sequer, em cobrar por serviços não prestados em regiões em que o pagamento já é feito como Área Azul. A PM garantiu que irá repetir a operação em ocasiões distintas, a fim de evitar que eles voltem às ruas para, de novo, fazer cobranças indevidas.
A situação dos flanelinhas é uma discussão antiga em Juiz de Fora, sem que se chegue a uma saída capaz de retirá-los das ruas, sob a garantia de criação de outras fontes de renda, como capacitação para o mercado de trabalho. Com os aplicativos de cobrança, transformá-los em cobradores oficiais tornou-se um problema. Daí, a necessidade de encaminhá-los para outras frentes, uma vez que, embora se situem no campo das exceções, alguns deles já tentaram saídas alternativas, mas acabaram retornando às ruas. Boa parte, também, é responsável pelo sustento de suas famílias, não tendo a renda como fim único para consumo de drogas, como é recorrente no discurso sobre suas atividades.
O viés social é importante, mas a questão dos flanelinhas tornou-se uma discussão necessária não apenas pela abordagem, mas também pelas consequências dos que recusam o seu serviço. Não são raros os casos de motoristas que tiveram seus veículos arranhados como retaliação. Ademais, cobra-se por um serviço sem qualquer garantia, pois muitos furtos de carros ocorrem exatamente em áreas que eles controlam. Além disso, ficam no local por um tempo. Depois, com dinheiro no bolso, saem de cena, sem se importarem com as consequências do gesto.