MRS descarta transposição ferroviária


Por Renato Salles

30/05/2017 às 20h44

assembleia
Políticos da região discutiram assunto na tarde desta terça-feira em Belo Horizonte (Foto: Sarah Torres)

Em audiência pública realizada na tarde desta terça-feira (30) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), a Comissão de Desenvolvimento Econômico do Poder Legislativo estadual discutiu a possibilidade de renovação antecipada da concessão por mais 30 anos da malha viária para a MRS Logística, concessionária logística que administra uma malha ferroviária de 1.643km nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, incluindo a via férrea que corta Juiz de Fora.

Durante o encontro, a operadora que explora a atividade há 20 anos – ainda tem mais dez anos de contrato para cumprir – defendeu que tenta repactuar a concessão dez anos antes do prazo exatamente para adiantar os investimentos necessários. Contudo, segundo posicionamento de seu diretor de Relações Institucionais, Luiz Gustavo Bambini de Assis, a empresa afirmou que mudar o traçado das ferrovias para que elas contornem as cidades pode não ser viável, por conta do alto custo e pela possibilidade de as cidades continuarem crescendo a ponto de voltar a alcançar o novo traçado.

Proposta pelo deputado estadual Antônio Jorge (PPS), que tem domicílio eleitoral em Juiz de Fora, a audiência abordou problemas apontados por autoridades e população da Zona da Mata acerca de problemas relacionados à passagem do trem em regiões centrais de algumas cidades. Antonio Jorge reconheceu os benefícios que a MRS proporciona aos municípios, como geração de empregos, mas lembrou que os impactos são grandes. “Precisamos de intervenções para melhorar essas questões e, especialmente, aumentar a segurança e reduzir os acidentes”, ponderou.

Outros parlamentares juiz-foranos também se posicionaram e pediram soluções para os transtornos provocado pelo tráfego ferroviário. Noraldino Junior (PSC) e Isauro Calais (PMDB) defenderam a adoção intervenções mais definitivas do que viadutos e trincheiras. Isauro tratou especificamente da questão de Juiz de Fora e afirmou que retirar a ferrovia do centro e contornar a cidade seria a solução definitiva e ideal. Para Noraldino, as intervenções viárias, embora necessárias, não serão suficientes diante da possibilidade de aumento do fluxo de cargas.

Noraldino sugeriu ainda a criação de um grupo de trabalho para atuar em Brasília para garantir que a renovação do contrato, caso aconteça, resulte em soluções para os municípios. Os dois legisladores consideraram o atual momento como ideal para as discussões, diante da possibilidade de renovação antecipada da concessão possibilitada por medida provisória aprovada pelo Congresso no ano passado. O texto, contudo, anda carece de sanção presidencial.

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