A procura pelos serviços do Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e Aids da Secretaria de Saúde chega a aumentar até 35% na semana pós-carnaval. O dado é resultado de levantamento do próprio departamento, cuja equipe é procurada por pessoas que tiveram relações desprotegidas durante os dias de folia ou que não se lembram se utilizaram preservativos nas relações sexuais. Para prevenir a transmissão do vírus HIV e de doenças sexualmente transmissíveis, a pasta começa, a partir deste sábado (11), a distribuição de 200 mil preservativos, que serão entregues durante todo o carnaval.

“Vamos atuar de forma intensiva em todas as atrações. Fizemos contato com os representantes de blocos e oferecemos o material e instruções. Os organizadores vão distribuir preservativos e outros produtos. Já nos blocos mais centrais e com maior aglomeração de pessoas, a secretaria também vai atuar, com um total de 35 profissionais. Além de distribuir preservativos masculinos e femininos, gel lubrificante, folders e cartazes, eles também vão orientar os foliões”, explica o gerente do departamento, Oswaldo Santos Júnior.

A instrução para os responsáveis pelos blocos, segundo o gerente, é que o material seja distribuído no começo dos eventos, para que as pessoas já estejam com os preservativos quando começarem a ingerir bebidas alcoólicas. “É importante atuar dessa forma para conscientizar a população, porque muitos alegam que não usaram porque não tinham na hora. Fazendo essa distribuição durante a concentração do bloco, ninguém vai ter essa desculpa. Quem não usar é porque não quer”.

Além dos blocos na região central, a distribuição do material também vai acontecer durante os desfiles das escolas de samba no Parque de Exposição, nos dias 17, 18 e 19. A ação será encerrada no dia 25, com a montagem de um grande estande na concentração da Banda Daki.

Acadêmicos da área da saúde e pacientes do departamento vão participar das ações como forma de conscientizar os jovens. “Percebemos que o público que está sendo mais acometido pela Aids atualmente tem entre 14 e 26 anos. Teremos esse reforço, porque os jovens conseguem interagir melhor com o público mais novo e acabam se tornando multiplicadores das informações”.

Preocupação é maior com a mulher

De acordo com Oswaldo, uma das principais preocupações do departamento é com a saúde da mulher. Além da procura pelo departamento por conta da transmissão de doenças, muitas também buscam ajuda após o carnaval por medo de uma gravidez indesejada.

“Preservativos femininos estão entre os produtos que serão distribuídos para a população, porque como o município é muito conservador, ainda observamos que muitas mulheres ficam reféns do parceiro nesse sentido. Nossa equipe trabalha muito voltada para a utilização do preservativo feminino, o que promove mais segurança para a mulher, além do direito de escolha.”

Atualmente, 3.406 pacientes estão em tratamento no departamento, sendo que, destes, 330 iniciaram o tratamento no ano passado. Oswaldo destaca que o cálculo sobre a quantidade de preservativos a ser distribuída é feito de acordo com a necessidade observada pela Saúde e com a previsão do número de participantes nas atrações.