Itamar foi um Temer que deu certo

por Sagrado Lamir David, médico e escritor

Dizem que a História se repete, não por culpa dela, mas por culpa dos homens que não aprendem com ela. E é lamentável, visto que, se tivéssemos mais inteligência e mais amor próprio, tal não ocorreria. Na própria democracia, que tanto inspirou Abraão Lincoln na criação de sua corajosa afirmativa de que ela é Governo do povo, pelo povo e para o povo, tanto nossos políticos como nosso povo, em alguns povos mais (olhem os States), e em outros menos (olhem nosso povo Brasil), acontece o contrário, ou seja, vira povo do Governo, pelo Governo e para o Governo.

E olhem que governos. A ponto de meu saudoso amigo, advogado e professor Almir de Oliveira, há muitíssimos anos, ter escrito um livro intitulado “Quadrilha Política”, o qual, em si mesmo, já retratava “aquilo” que nossos “representantes”, em sua imensa maioria, sempre fizeram. Mas o tempo passa, e essa história – com h minúsculo – tem sido mantida.

Por culpa, inclusive, de muitos eleitores, pois, apesar do criminoso voto obrigatório, um famoso político, cujo nome deixo a critério de vocês descobrir, declarou que o voto facultativo só vale em países desenvolvidos, e, no Brasil, nossos eleitores ainda não estão preparados. Mas preparados como? Não são levados a uma verdadeira educação formadora de caráter, de ética, de amor próprio, enfim, de dignidade maior no respeito entre todos, e com a própria natureza, vingando o lema final de viver e deixar viver.

O que tem acontecido comprova tudo o que escrevemos em nosso Brasil, nos últimos 30 anos, e faço questão de citar dois homens, ambos políticos, situados em polos opostos perante seus prestígios com relação ao povo brasileiro.

Itamar Franco, eleito vice de Fernando Collor, o qual sofreu fragoroso “impeachment” ao término do segundo ano de seu mandato. Ocupando o cargo, Itamar realizou magnífico governo, demonstrando alta honestidade e patriotismo, como em sua competição vitoriosa com ACM, além de criar o famoso Plano Real, que nos salvou da debacle econômica.

Terminou seu curto mandato com quase 90% de apoio dos eleitores, o que lhe garantiria certa reeleição, mas não se candidatou, contra que era a qualquer reeleição, além de ser traído por falsos correligionários.

E agora? A História se repete de modo inverso, pois nosso atual presidente, que ocupou o cargo – como Itamar -, devido ao “impeachment” da presidente Dilma Roussef, está realizando um governo tão ruim que seu prestígio entre possíveis eleitores não ultrapassa o número dos 7%, número que dizem ser da conta de mentirosos, mas, no caso de Temer, correspondem à mais corajosa realidade.

Terminando essas considerações comparativas, deixo a critério de meus esclarecidos leitores responderem: o que resta a Temer, caso seja um verdadeiro patriota? Bye, my brazilian people.