Descriminalizar a maconha
Daniel Marques, colaborador
Nosso vizinho Uruguai dá um exemplo de civilidade, sabedoria e bom senso ao liberar a venda controlada de maconha para uso recreativo. Sabemos que nenhuma lei impede o uso dessa ou de quaisquer substâncias, que, mesmo proibidas, são vendidas e consumidas livremente em todos os lugares, basta ver as diversas cracolândias. As autoridades de países desenvolvidos já perceberam que a proibição da maconha apenas gera lucro ao crime organizado enquanto ocupa a polícia e o sistema prisional com pessoas que deveriam estar sendo tratadas pela saúde pública.
Ainda mais grave é a polícia deixar de atender ocorrências, prevenir homicídios ou assaltos para se ocupar com um cidadão que está fazendo uso de seu direito constitucional de liberdade individual. É bom recordar que a proibição de venda e uso de bebidas alcoólicas nos EUA impulsionou a máfia, fortaleceu o crime organizado, causou mortes por ingestão de bebidas adulteradas, e nem por isso elas deixaram de ser consumidas.
Importante ressaltar que 84% ou 370 mil votos foram favoráveis ao §2º do artigo 212 do PLS 236/2012 a ser inserido no novo código penal prevendo que não há crime para quem adquire, guarda ou traz consigo drogas para consumo pessoal, através de enquete feita pelo Senado Federal brasileiro na internet.
Temos como exemplo os EUA, onde a legalização da maconha gerou empregos, renda e impostos revertidos para educação, reduziu a criminalidade, aumentou vagas nos presídios e até causou prejuízos aos cartéis que abasteciam o mercado ilegal, sem que isso tenha aumentado o número de usuários.
A sociedade brasileira precisa participar desse debate e avaliar os prós e contras, pois é uma aberração o país do futebol ostentar o título de campeão em assassinatos no mundo com 60 mil vidas ceifadas todos os anos