A cidade não será mais a mesma


Por LUCAS NARDELLI MONTEIRO DE CASTRO, PROFESSOR UNIVERSITÁRIO E CIRURGIÃO MAXILOFACIAL

17/12/2015 às 07h00- Atualizada 17/12/2015 às 08h41

Conheci o doutor Wagner Caiafa há mais de duas décadas. Médico de sólida formação traumato-ortopédica, dedicou-se, como poucos, ao tratamento de pacientes das camadas sociais menos favorecidas. A Macrorregião Sudeste do SUS ressentir-se-á, enormemente, da falta que ele fará. Era ele quem aceitava atender e operar os pacientes portadores de lesões mais complexas, incluindo crianças e idosos. E os portadores de “mandado judicial”.

No Hospital do Pronto Socorro – HPS (Hospital Doutor Mozart Geraldo Teixeira), tinha o compromisso de cumprir extensa lista cirúrgica semanalmente, acompanhado por seus médicos residentes da Santa Casa de Misericórdia, onde chefiava o serviço de sua especialidade. Trocou inúmeros fins de semana de descanso e lazer por maratonas de cirurgias em pacientes pediátricos do SUS na Santa Casa. Foi também médico perito do INSS, onde sua enorme competência era reconhecida entre seus pares.

Doutor Wagner Caiafa exerceu a medicina com sentimento humanitário e generosidade, atributos tão necessários à prática médica. Desde a última década do século passado até os dias de hoje, sua atuação, creio, somente encontrou paralelo com dois vultos grandiosos da área médica de nossa cidade: doutor Kalil Hallack, infectologista do HU/UFJF, e doutor Sebastião Ferreira (Tião Medonho), da cirurgia-geral do Hospital João Felício.

Que o exemplo do doutor Wagner Caiafa e sua honra possam inspirar a geração de novos médicos! Seus três filhos, por certo, têm motivo de sobra para se orgulharem do pai que tiveram. Eu, pessoalmente, recolho-me em luto e medito sobre a finitude da vida terrestre.

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