O vai e vem do coronavírus
O pandemônio do coronavírus atinge todo o mundo, sem exceção. Fica claro aos que entendem um pouco de jornalismo que as emissoras de TV e alguns jornais gostam de pintar, muitas vezes, um quadro em que as cores poderiam ser azul ou amarelas, preto ou vermelho, porque chamam muito mais as atenções de leitores e ouvintes. Uma das técnicas de jornalismo é dar uma notícia boa ou má dando ênfase em títulos e textos a um fato em detrimento de outro, para tornar a matéria mais aperitiva para aqueles que adoram alimentar suas cabeças com pavores ou terrorismos. Lembremos aqui dos filmes do José do Caixão, falecido recentemente.
No caso do coronavírus, o professor de economia da PUC-Minas Flávio Riani, em feliz artigo, conseguiu colocar no seu texto os efeitos maléficos e benéficos desse mal que invade, produz medos, anseios e especulações diversas nas populações, mas também produz seu lado bom no ponto de vista da economia. Afinal, não existe mal que sempre dure.
Numa breve reflexão, podemos ver que o coronavírus nos mostra e desvia nossa atenção para um momento econômico e político um pouco complicado para os brasileiros. A economia não cresce, e o número de desempregados com carteira assinada deve se multiplicar várias vezes, porque empresas médias ou pequenas, que empregam milhares de pessoas e que são pilares da economia brasileira, devem fazer os patrões que tiveram suas receitas tremendamente afetadas pelas faltas de vendas dispensar trabalhadores que são importantes sob o ponto de vista de demandas de bens de consumo. As perdas de renda das famílias devem fazer um Produto Interno Bruto (PIB), que estava estimado em crescer até 1,8% ou 2% neste ano, diminuir para 1% ou menos, produzindo desemprego de rendas e fatores de produção.
Como não existe mal que sempre dure, logo que o efeito coronavírus atingir seu ápice e começar a declinar, pelas medidas de contenção adotadas pelo Governo, o retorno das atividades econômicas deve ser um tanto quanto rápido, porque não haverá necessidade de novos investimentos em capital fixo. As empresas se aproveitarão e utilizarão de todo o capital já investido e em condições de ser utilizados. Este é o vai e vem da economia.
Esperamos que isso possa acontecer daqui a um mês ou dois, no máximo. Será o natural desfecho de todas as crises que acontecem na economia mundial.
Este espaço é livre para a circulação de ideias e a Tribuna respeita a pluralidade de opiniões. Os artigos para essa seção serão recebidos por e-mail (leitores@tribunademinas.com.br) e devem ter, no máximo, 30 linhas (de 70 caracteres) com identificação do autor e telefone de contato. O envio da foto é facultativo e pode ser feito pelo mesmo endereço de e-mail.