De volta ao planeta dos bonobos

por Ronaldo Mota, reitor da Universidade Estácio de Sá


Por Tribuna

03/08/2017 às 06h00- Atualizada 03/08/2017 às 12h03

Os bonobos até há menos de um século eram, erroneamente, assumidos como formando uma subespécie dos chimpanzés. Mais recentemente, passaram a ser reconhecidos como espécie própria. De acordo com Bernard Wood, pesquisador do Centro para Estudos Avançados de Paleobiologia Humana da George Washington University, a estrutura muscular dos bonobos alterou-se menos ao longo do tempo, tornando-os os seres vivos mais próximos do que seriam nossos ancestrais.

Do ponto de vista comportamental, os bonobos podem partilhar alegremente seu alimento com um estranho e até mesmo desistir, altruisticamente, de sua própria refeição. Os cientistas compararam tais comportamentos a certos atos humanos de bondade, como doar dinheiro anonimamente.
O que nós humanos temos a, humildemente, aprender com as demais espécies? Por exemplo, os bonobos podem ser interessantes inspirações para características essenciais nos dias atuais: a empatia e o altruísmo. Educar, contemporaneamente, tem múltiplos objetivos, entre eles aumentar nossa empatia e ampliar nossa capacidade de sermos solidários. Ou seja, desenvolver a compaixão, tentando compreender sentimentos e emoções dos demais, experimentando de forma objetiva e racional o que sentem outros indivíduos, e, em função disso, agir.

Ao promovermos, pela educação, a empatia e a solidariedade, queremos motivar que as pessoas se entendam e se tornem mais inteligentes, contribuindo com um mundo melhor. Ser empático e altruísta significa estabelecer afinidades por se identificar com os demais, saber escutar, compreender os seus problemas e emoções e, desta forma, ser um melhor profissional, seja em que campo de atividade for. Educar, cada vez mais, inclui na formação do educando, em complemento ao conjunto de técnicas e procedimentos tradicionais, novas habilidades e competências. Entre elas, trabalhar coletiva e solidariamente para resolver problemas e completar, com sucesso, as missões que lhe são conferidas.

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