Zuckerberg e Horn em Davos
SAGRADO LAMIR DAVID, MÉDICO E ESCRITOR
Quem diria, em épocas que relatam que apenas 62 pessoas detêm em mãos o dinheiro de metade da população mundial – 3,5 bilhões de seres humanos -, quantia essa de dinheiro que a cada ano aumenta mais, só nos resta dizer, pouco antes da reunião de Davos, onde tal assunto será tratado: Quem diria, em plena época de intensa e perversa comercialização daquilo que outrora chamávamos de valores humanos, quando vemos esses tradicionais valores substituídos por interesses lucrativos, de caráter econômico-financeiro – põe dólar e euro nisso -, repentinamente – como “suddenly, last summer”…- aparecem duas magistrais figuras humanas, com alto senso humanitário, e que, em atitudes relevantes, se mostram verdadeiros super-homens dentro de uma humanidade traída em seus próprios valores humanistas. E assumem palavras e atitudes que marcarão o valor ético, moral e humanista de nosso – cada vez mais – duvidoso futuro como líderes entre os seres vivos da natureza. A quem me refiro?
Simplesmente, a dois riquíssimos empresários, extremamente bem-sucedidos, como homens criativos e mantenedores de seus sucessos profissionais. Portanto, dois categorizados capitalistas, a demonstrarem que, para bons entendedores, até o supercapitalismo e o trabalho podem – e devem – se dar as mãos, na realização de obras comunitárias, supraideológicas, e até suprarreligiosas, transformando a verdadeira política em sinônimo de administração, retirando toda a demagogia ideológica – e mesmo religiosa -, tudo isso em nome da verdadeira democracia do povo, pelo povo e para o povo, como muito bem afirmava “Abe”Lincoln, em seu famoso discurso em Gettysburg.
Mas a quem me refiro, e quais os nomes desses magníficos empresários que demonstram suas qualidades de homens de bem, identificados com o bem, mais que tudo, com o bem da humanidade, de seus semelhantes? Mark Zuckerberg, que faz jus à versão de seu sobrenome ao português: Montanha de Açúcar. Mostrando a doçura de sua atitude, vai doar 99% de suas arrecadações no Facebook, do qual é grande executivo, ao lado de Bill Gates e Warren Buffett, com o aval de sua esposa, ambos, em declaração, por carta, à sua recém-nascida filhinha, Max. Usando a entidade filantrópica, a extraordinária Giving Pledge, criada pelos mesmos Bill Gates e Warren Buffett.
Além dele, sabem de outro empresário famoso com os mesmos ideais humanitários? E sabem de qual país? Do Brasil.
Nada mais, nada menos, do que Elie Horn, sírio, de cultura judaica, dono da luxuosa empresa de construção, a Cyrela, que promete doar 60% de sua riqueza, também usando a formidável entidade filantrópica Giving Pledge.
Esperamos que os responsáveis por Davos tenham a coragem de convidar Mark Zuckerberg e Elie Horn para discursarem, lá mesmo em Davos, para seus colegas empresários ricos seguirem seus magníficos exemplos de magnatas que sabem destinar suas fortunas para fins humanos e sociais.
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