Ação recorrente

A prática do trote é antiga e precisa ser combatida com informação, pois a cada chamada feita há sempre a possibilidade de um fato real não ser atendido pelos serviços de emergência ou de segurança


Por Tribuna

28/12/2017 às 07h00

Os aportes em segurança sempre são importantes, pois o combate ao crime é uma questão de investimento intensivo. A falta de recursos coloca o crime sempre um passo à frente, bastando ver a sofisticação dos armamentos e dos métodos adotados para o cometimento de ilícitos. No caso de Juiz de Fora, ainda se espera a implantação do programa de combate a homicídios, Fica Vivo, prometido pelo Governo estadual no início do segundo semestre, mas há avanços, como a retomada das câmeras de vigilância, capazes de identificar ocorrências em tempo real.

Outro projeto é o 190, de atendimento ao público, com ampliação da sua cobertura. Na edição de quarta-feira (27), a Tribuna mostrou números e propostas de otimização do número de emergência. Há críticas, é fato, mas o dado que mais chamou a atenção foi o recorrente trote. Os anos passam, mas ainda há os que fazem uso indevido da ligação para denunciar fatos falsos. Mesmo com a redução em relação a outros períodos, eles ainda representam um quarto das chamadas. Há investigação em curso para apurar o caso de uma mulher suspeita de ter feito 144 ligações num único turno.

O trote já é um problema em si mesmo, mas os danos colaterais é que são perversos. Quando se tira uma viatura da PM ou uma ambulância dos serviços de emergência de seu curso, há sempre a probabilidade de alguém ser prejudicado pela falta de atendimento. O trote é crime e está capitulado no artigo 340 do Código Penal, mas ele continua sendo praticado, mesmo diante da possibilidade de detenção de um a seis meses, ou multa, por tratar-se de falsa comunicação.

O único meio de combatê-lo é insistir nas campanhas de conscientização, que devem passar, também, pelos bancos escolares, sobretudo por serem os jovens e as crianças os principais autores dessa brincadeira de mau gosto. A Polícia Militar age no caminho certo ao levar tais campanhas às instituições de ensino, pois os alunos são multiplicadores, levando a informação para o próprio lar. A cada trote que deixa de ser passado, há sempre a possibilidade de alguém ser socorrido em caso de ocorrências de fato.

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.