ESTRADAS DE MINAS


Por Tribuna

28/04/2016 às 07h00- Atualizada 28/04/2016 às 08h37

A possível privatização de rodovias estaduais, ora em discussão no Governo de Minas, é fundamental para a mudança do perfil das estradas mineiras. Com a maior malha rodoviária do país, o estado tem problemas sérios, sobretudo de manutenção, que podem ser vistos diariamente pelos que andam por esses caminhos. Pelos estudos, o entorno de Juiz de Fora estaria na lista com a cessão para a iniciativa privada dos trechos entre a cidade e Coronel Pacheco, com a MG-153; de Coronel Pacheco a Rio Pomba, já como MG-133, e outros tantos apresentados na edição de ontem da Tribuna.

Não se trata de uma decisão simples, pois carece de estudos de viabilidade e, sobretudo, de interesse dos parceiros habilitados, mas é certo que a situação seria outra. A BR-040, que passa pela região, é outra depois de passar para a Concer, a despeito do preço do pedágio – caro pela extensão do trecho – e das obras que nunca acabam na Serra de Petrópolis. Mesmo assim, quem viajava antes, quando a rodovia ficava por conta do Governo federal, sabe como mudou. Espera-se o mesmo na outra ponta, na ligação da mesma via com Brasília. Resta, ainda, a BR-267, que tem obras pontuais, mas peca pela falta de manutenção.

O discurso vale para as rodovias estaduais. Recentemente, a Tribuna mostrou a situação do trecho entre Rio Novo e Guarani, que só agora está sendo reparado, mas este foi apenas um lado do problema. São estradas sem acostamento e de mão dupla, que não condizem com os novos tempos em que o trânsito é intenso. A ligação entre Juiz de Fora e o Aeroporto Presidente Itamar Franco, entre as cidades de Rio Novo e Goianá, é um exemplo claro da falta de dinheiro do Estado e da necessidade de entrada do capital privado.

O terminal tem problemas logísticos no escoamento de produtos por conta de uma rodovia que não comporta a convivência entre carretas e os demais veículos. A esperada duplicação não sai do papel, e até a obra ligando a MG-353 à BR-040, que tiraria os caminhões da malha urbana de Juiz de Fora, tornou-se uma novela. Ora anunciam a retomada do projeto, ora as obras entram em compasso de espera. Com isso, perdem todos, inclusive o Estado, pois, ao retomar projetos, começa sempre num estágio atrás, o que implica custo. No caso dos usuários, o risco é permanente por conta das condições da rodovia.

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