FATOS DA SEMANA
A instalação da Comissão Especial do Senado para elaborar o relatório em torno do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff é o fato mais relevante da semana, mas não é o único. Antes mesmo do início das reuniões, já se discute o quórum de votação. Nesta etapa, o Governo perde feio, mas há incertezas quanto a última e mais importante etapa, embora haja divergências. O Datafolha, o mais importante instituto de pesquisa, diz que ainda não há número suficiente para o impedimento da chefe do Governo; o jornal “O Globo” dá o fato como favas contadas.
Aprovado o relatório, a presidente da República é afastada temporariamente do cargo por até 180 dias, e aí começa a nova etapa: como será o Governo Temer? Os tucanos estão divididos entre ocupar ou não cargos na nova administração, mas alguns de bico grosso, como o senador José Serra, já estariam apalavrados para um ministério, no caso, o da Fazenda. O presidente do diretório nacional do PSDB, senador Aécio Neves, e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, dizem que vão apoiar, mas são contra participar.
O outro episódio seria a elaboração de um governo paralelo. Durante seu afastamento, a presidente Dilma estaria disposta a manter um modelo de gestão para acompanhar as ações de seu substituto, algo inédito na história deste país.
A semana, pois, será pródiga, mas o dado principal é a situação das ruas. Enquanto a instância política se movimenta, a economia continua parada, o que, de imediato, indica para o Congresso a necessidade de um desfecho rápido nesse imbróglio. Para um lado ou para o outro.