Pelo ensino

Balanço da UFJF aponta para a importância do ensino, da pesquisa e da inovação, demandas estratégicas para um projeto de Nação.


Por Tribuna

24/12/2017 às 07h00

Em entrevista à Tribuna, que abre os títulos desta edição, o reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora, Marcus David, não apenas faz um balanço da UFJF como aponta também para a vocação da instituição na produção de profissionais de qualidade, de pesquisas fundamentais e de processos inovadores que farão a diferença no mercado. Mas não se trata de uma jornada simples. O contingenciamento dos recursos para as universidades federais, decretado pela área econômica da União, comprometeu projetos e tirou a capacidade de novos investimentos no setor. As unidades que não se prepararam para uma mínima renda própria vivem seus piores momentos, muitas delas à beira do sucateamento.

As observações do professor Marcus David, no entanto, vão além dos limites do campus. Ele considera, como a Tribuna mostrou na edição de sábado, que investir na educação é uma necessidade inegociável. Trata-se de um projeto de Nação, pois só dessa maneira é possível, sobretudo, acabar com a exclusão. Os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua, do IBGE, foram claros: o país tem 11,8 milhões de analfabetos, algo grave para quem pretende ser protagonista nos fóruns internacionais.

O reitor da UFJF está correto em tais considerações, pois não se pode cair no discurso fácil de setores políticos que consideram ser necessário mudar o foco. É estratégico investir nos ensinos básico e fundamental, mas isso não implica desidratar o ensino superior federal, ora em xeque pela falta de recursos.

Ademais, as universidades, como é o caso de Juiz de Fora, não se prendem apenas ao ensino. Projetos como o Parque Tecnológico precisam sair do papel, pois significam avanço tecnológico e instrumento para a pesquisa e a inovação. Vale o mesmo para o Hospital Universitário, que se tornou uma novela de muitos capítulos. Sua conclusão não é um projeto exclusivo da UFJF. Trata-se de uma demanda coletiva, que exige, inclusive, a participação da instância política para captação dos recursos necessários para sua gestão. É, pois, uma questão acima de convicções partidárias.

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