Distrito industrial precisa se modernizar

A revitalização do Distrito Industrial de Juiz de Fora é positiva, por induzir a chegada de novas indústrias e a geração de mais empregos


Por Paulo Cesar Magella

20/05/2025 às 10h42

Quando idealizou e iniciou as obras do Distrito Industrial, o prefeito Mello Reis argumentava que era preciso criar um espaço próprio para as indústrias, com a perspectiva de replicar modelos de sucesso, como o da Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde as cidades de Betim e Contagem abrigam o maior volume de indústrias sem comprometer a economia da capital Belo Horizonte.

O DI tinha projeções ambiciosas, mas sua ocupação não ocorreu necessariamente nos termos esperados. Mesmo assim, criou-se uma segunda unidade na outra margem da BR-040, que também carece de investimentos em sua estrutura para facilitar o seu desenvolvimento.

A Prefeitura fez uma etapa importante com a drenagem, uma vez que a região é cortada por vários lençóis de água, que sistematicamente causavam inundações. Por isso, a ideia de a Fiemg Regional trabalhar em parceria com o município é um processo de ganha-ganha, já que mais indústrias implicam mais emprego e arrecadação.

Os idealizadores não devem, porém, desistir dos insumos prometidos pelo Governo do estado, uma vez que não faz sentido a cidade ficar à margem das políticas de desenvolvimento de Minas Gerais. O Distrito Industrial é um importante indutor de crescimento e facilitador para o ingresso de novas empresas. Para tanto, precisa estar estruturado.

Logisticamente ele foi pensado para ficar às margens da BR-040 e próximo do cruzamento com a BR-262, o que é um avanço.

Os distritos industriais modernos devem ser dotados de tecnologia 4.0, uma vez que a conectividade é estratégica para o seu desenvolvimento. Ademais, práticas de sustentabilidade e eficiência energética também devem ser levadas em conta. Hoje, há tecnologia capaz de levar adiante esses processos, que implicam, sobretudo, a redução do consumo de energia sem perder eficiência.

Quando se fala em distritos industriais fica distante a imagem de chaminés e poluição. Hoje, eles devem ser dotados de processos de controle ambiental e, sobretudo, de convivência harmônica com a comunidade. Por conta da mobilidade, os trabalhadores acabam ocupando o entorno, o que é positivo, desde que sejam adotadas políticas que garantam qualidade de vida e meios de transporte eficientes para essa conexão.

A revitalização do DI é um passo importante para consolidar ainda mais a Zona Norte de Juiz de Fora, cujo potencial de crescimento é um dos mais consolidados da cidade.

 

 

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