COMO SERÁ O AMANHÃ
Que país renascerá depois da histórica sessão da Câmara Federal marcada para hoje, quando estará em pauta a admissibilidade de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff? Cada lado tem uma resposta ante a contagem dos votos. O Governo diz que recompôs sua base, reintegrando dissidentes; a oposição garante ter voto para mandar o caso para o Senado, foro adequado para julgamento.
É com essa incerteza que o domingo, em vez do futebol, estará de olho no comportamento dos deputados. Durante toda a semana, foram feitas várias ações para captura de votos, mas ninguém tem certeza do resultado. A dúvida, quando resolvida nas urnas, é democrática, mas a questão a saber é como será o amanhã. Se vencer, a presidente estaria mesmo disposta a estabelecer um pacto, no qual também estaria envolvida a oposição? Se perder, seu vice, Michel Temer, tem mobilidade suficiente para governar?
Nas duas situações, há dúvidas razoáveis, pois a presidente, a despeito de promessas de aproximação, preferiu manter-se estática, só mudando agora, quando se encontra numa situação crítica. Não é a primeira vez que reconhece a necessidade de conciliar, mas nunca deu o primeiro passo.
Quanto a Michel Temer, a dúvida é saber se levará o pacote econômico do PMDB adiante, a despeito da razoável dúvida até mesmo de aliados. E, finalmente, como ficará a situação do deputado Eduardo Cunha? Se manterá como um dos cardeais do partido e da Câmara ou será a bola da vez no tribunal que as ruas instalaram?
Está claro que o país não suporta viver nesse cenário maniqueísta e com a economia em crise. São soluções que todos precisam encontrar juntos.