NOVO MUNDO
O mundo acadêmico, responsável por inaugurar carreiras, muitas delas de sucesso, também tem um lado perverso que aos poucos está sendo revelado. Na edição de domingo, a Tribuna apontou casos de violência sexual dentro do Campus da Universidade Federal de Juiz de Fora, que resultou, agora sob a nova gestão, na criação de uma ouvidoria para coibir abusos. Mas tais situações também se apresentam em outros campi, inclusive de entidades particulares, fruto de uma convivência maciça, mas nem sempre respeitada por personagens que explicitam suas taras contra colegas indefesas, ou indefesos, gerando um cenário de apreensão.
Não são poucos os relatos desse tipo de violência. No Rio de Janeiro, várias universidades vivenciaram tais situações; em São Paulo, a cena se repete, inclusive na poderosa USP, numa clara constatação de um fenômeno que precisa ser combatido em sua origem. O que esperar de um profissional que nos tempos acadêmicos ultrapassou limites? Tais atitudes afastam o estereótipo de que esse tipo de atitude é mais comum nas camadas mais pobres. Grande equívoco.
Os casos revelados pelo jornal e os de muitas outras personagens que preferem o silêncio à exposição são a face perversa desses novos tempos, nos quais o desrespeito ao outro está cada vez mais evidenciado, fruto de um individualismo que pouco soma, no qual os preconceitos se revelam, ora no silêncio de um quarto conectado ao mundo pela internet, ora pela ação em grupo, espaço no qual os covardes sempre se revelam.