Arranjos produtivos
Projetos bem formatados com o apoio oficial têm todas as chances de aumentar a sua qualificação e repercutir positivamente na economia e na instância social
A decisão do Governo de Minas em certificar o Arranjo Produtivo Local do Queijo Minas do Caminho Novo é uma prova não apenas de reconhecimento ao trabalho desse setor, mas também um incentivo para outros segmentos que carecem de respaldo oficial. No caso do leite, Minas tem uma vasta experiência em quase todas as regiões, entre elas a Zona da \Mata, como mostra o próprio mapa do Caminho Novo. Nele estão inseridas Juiz de Fora, Belmiro Braga, Matias Barbosa, Mercês, Santana do Deserto, Simão Pereira e Santos Dumont.
Como a Tribuna destaca nesta edição, “são mais de 1680 produtores familiares e cerca de 655 não familiares, dentro da bovinocultura do leite”. Percebe-se, pois, a importância do projeto que tem forte relevância econômica e social na região. Ao perceber sua importância, o Governo do Estado, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, cria condições para ampliar não apenas a produção, mas também permitir o seu aperfeiçoamento, já que o Arranjo é uma forma de também aumentar a visibilidade do que está sendo produzido em território mineiro.
Como bem destacou o secretário municipal de Desenvolvimento Sustentável e Inclusivo, da Inovação e Competitividade, Ignacio Delgado, a governança do projeto é de fundamental importância, pois só com uma gestão eficiente será possível levar o projeto à frente. O trabalho desenvolvido até agora, com a parceria do Executivo, demonstrou que isso é possível. Vale, pois, a aposta.
Há espaço para outros projetos que carecem de parcerias, qualificação e investimentos, já que a capacidade produtiva de Minas – especialmente da Zona da Mata – não se esgota na produção de leite. Outros segmentos também devem se articular para sair das fronteiras de Minas, ultrapassar suas montanhas e ganhar novos mercados.
O minério de ferro, ainda a principal commodities de Minas, a despeito de sua perenidade, é de uma safra só, o que leva a discussão de outros projetos de longo prazo que são necessários para o incremento da economia. O mundo já tem essa percepção quando incentiva a pesquisa de energia limpa, não apenas sob o viés ecológico, mas também por saber que o petróleo, como o minério, não se renova.
Esses desafios são importantes para a pesquisa, por induzirem a busca de novos produtos, e são capazes de chegar a novos setores econômicos, que precisam de atualização permanente. O queijo de Minas, por exemplo, é famoso há décadas, mas não tinha a consistência econômica que ora é vista. Só agora, o próprio setor compreendeu a sua importância e se organizou para garantir certificações, o que abre, sobretudo, mercados no exterior.