Policiais que trabalharam com escrivã de Carandaí são ouvidos pela Corregedoria
Circunstâncias que levaram à morte de policial, que sofreria assédio no trabalho, seguem sendo investigadas
Policiais civis que trabalharam com a escrivã Rafaela Drumond, 31 anos, encontrada morta na casa dos pais no dia 9, no município de Antônio Carlos, no Campo das Vertentes, foram ouvidos pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil na quinta-feira (29). Os depoimentos aconteceram no Departamento de Polícia Civil, em Barbacena. “A PCMG esclarece que se trata de procedimento padrão atinente à investigação, que segue o curso normal.” Sobre as transferências dos servidores investigados para outras unidades, a PCMG informa que todas são realizadas seguindo princípios e critérios legais que regem a Administração Pública.
O óbito de Rafaela foi registrado como suicídio, por disparo na cabeça, mas as motivações são apuradas, já que, logo depois, o Sindicato dos Escrivães de Polícia do Estado de Minas Gerais (Sindep/MG) recebeu denúncias, inclusive com áudios e vídeos gravados pela policial, sobre diversos tipos de assédio que ela teria sofrido no trabalho. O celular da escrivã foi apreendido pela Polícia Civil para ser periciado.
A instituição ressalta que, devido à complexidade da investigação que apura as circunstâncias da morte da escrivã, a Corregedoria-Geral da Polícia Civil (CGPC) assumiu, de forma exclusiva, a presidência do inquérito policial e do procedimento de investigação disciplinar dos envolvidos. “A CGPC, sediada em Belo Horizonte, apresenta a estrutura necessária para dinamizar e concluir os procedimentos instaurados e reforça que as investigações continuarão sendo conduzidas de maneira isenta e imparcial.”
No dia 21, o pai de Rafaela protestou na Praça Sete, em Belo Horizonte, cobrando agilidade nas investigações e a entrada do Ministério Público da capital no caso, para garantir imparcialidade. Na mesma semana, o MPMG informou ter instaurado procedimento administrativo, por meio do qual acompanha os trabalhos de apuração da Polícia Civil. “Após a finalização das investigações, o MPMG irá analisar as conclusões do inquérito policial e determinar as medidas cabíveis.”
O Sindep/MG chegou a convocar todos os escrivães para um “ato de seis horas de silêncio”, em homenagem à colega policial, antes da missa de sétimo dia em Barbacena.