Muriqui desaparecida em Ibitipoca é encontrada após mais de um mês
Nena, uma muriqui de 9 anos, havia fugido do projeto de conservação onde vivia e foi localizada na manhã desta quarta-feira
A muriqui Nena, que estava desaparecida há mais de um mês, foi localizada na manhã desta quarta-feira (28). Nena, que tem 9 anos, é da espécie muriqui-do-norte, maior primata da América Latina e ameaçada de extinção. Ela havia fugido da reserva em que morava, no Distrito de Conceição do Ibitipoca, em Lima Duarte, no dia 23 de janeiro.
O projeto de conservação Muriqui House, do Muriqui Instituto de Biodiversidade (MIB), solicitou, durante as buscas, ajuda dos moradores e visitantes da região, disponibilizando um telefone de contato em caso de informações sobre a primata.
Segundo a bióloga e pesquisadora do MIB, Priscila Maria Pereira, Nena foi vista por funcionários do Ibiti Projeto e moradores de Ibitipoca, que avisaram os responsáveis pela Muriqui House sobre o paradeiro de Nena. A bióloga afirma que a muriqui, apesar de um pouco mais magra, não apresenta nenhum tipo de ferimento e aparenta estar bem.
O projeto
O projeto Muriqui House, iniciado em 2017 na Comuna do Ibitipoca, tem como objetivo a recuperação do macaco muriqui, uma espécie criticamente ameaçada de extinção. Atualmente, ele cuida de sete macacos, sendo três fêmeas, dois machos adultos e dois juvenis.
Com apenas 12 populações conhecidas no Brasil, o projeto visa a conectar indivíduos isolados para fortalecer as populações. Inicialmente, enfrentando dificuldades para reintegrar as fêmeas ao grupo, os pesquisadores construíram o Muriqui House, um ambiente controlado que permitiu o nascimento do primeiro filhote de muriqui em cativeiro em 2020, indicando o sucesso do projeto e a necessidade contínua de apoio da comunidade para identificar e resgatar muriquis isolados.
No decorrer dos anos, o desmatamento na região reduziu as populações de muriquis, deixando muitos indivíduos isolados e em declínio social. Diante disso, o projeto Muriqui House foi estabelecido para fornecer um ambiente controlado e seguro para esses macacos, resultando no nascimento de Elliot, o primeiro filhote de muriqui gerado em cativeiro. A importância da comunidade na identificação e resgate de muriquis isolados é enfatizada, destacando a colaboração necessária para proteger essa espécie ameaçada.