‘A tristeza está em Brumadinho’, diz Elizabeth Jucá

Juiz-forana conversou com a reportagem a respeito das políticas emergenciais adotadas pelo Estado, em conjunto com a Prefeitura de Brumadinho e a Vale


Por Tribuna

29/01/2019 às 21h06

bete juca by Gil Leonardi Imprensa MG1
Secretária de Estado de Impacto Social acompanhou o planejamento de ações para o atendimento às vítimas e às famílias em razão do desastre (Foto: Gil Leonardi/Imprensa MG)

Elizabeth Jucá, secretária de Estado de Impacto Social, retornará a Brumadinho nesta quarta-feira (30) para acompanhar, junto a uma equipe do Ministério da Cidadania, a assistência aos moradores vítimas do rompimento da barragem do complexo da Mina do Córrego do Feijão. Entre sexta e segunda-feira (28), Jucá acompanhou o planejamento de ações para o atendimento às vítimas e às famílias em razão do desastre. Responsável pela pasta que acumula as antigas secretarias de Estado de Desenvolvimento Social, Direitos Humanos e Esportes, Jucá conversou com a reportagem a respeito das políticas emergenciais adotadas pelo Estado, em conjunto com a Prefeitura de Brumadinho e a Vale.

Embora seja inevitável a comparação com o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, em 2015, Jucá afirma que os trabalhos de assistência social se diferem daqueles realizados há pouco mais de três anos. “Quando soubemos do rompimento da barragem, nós nos organizamos com funcionários da secretaria que já tinham experiência no caso de Mariana para ir a Brumadinho. Chegamos à cidade para tratar o caso como tratamos Mariana, mas construímos um trabalho totalmente diferente. Em Mariana, houve mais desabrigados. Já em Brumadinho, há mais vítimas fatais”, explica. Ao passo que o número de mortes em Mariana chegou a 19, Brumadinho tinha, até por volta das 21h desta terça (29), conforme a Defesa Civil do Estado de Minas, 84. São 135 pessoas desalojadas. “Não é nada como Mariana. Isso muda o planejamento de assistência. Tivemos que mudar um pouco nossas ações.”

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A prioridade da equipe da Secretaria de Impacto Social é o atendimento psicológico às vítimas, segundo Jucá. Os dados das vítimas são colhidos a partir do cruzamento da base de informações da Vale com os dados do Cadastro Único (CadÚnico), programa da Secretaria Especial do Desenvolvimento Social, do Ministério da Cidadania. “Junto à Prefeitura de Brumadinho, ao Ministério Público, à Defensoria Pública do Estado e ao Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), começamos as ações para o registro das vítimas”, disse.

“A tristeza está em Brumadinho. Direta ou indiretamente, alguém tem uma pessoa ligada ao desastre. Todas as pessoas estão entristecidas. Está sendo oferecida assistência psicológica às famílias, inclusive pela Secretaria de Saúde por meio do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e grupos especializados.”

Os técnicos da pasta comandada por Jucá concentram o atendimento às vítimas em um posto de comando que reúne também membros da Defesa Civil municipal, estadual e federal. Conforme a secretária, equipes também estão em contato com populações nativas Pataxó para assistência. “Nossa equipe foi à aldeia para fazer um levantamento e verificar o que eles estão precisando. Estamos levando água, porque eles não podem usar a água do Rio Paraopeba. Nós vamos dar todo apoio, água e alimentação. Queria ressaltar que toda nossa equipe de direitos humanos está, desde sexta-feira (25), em Brumadinho, para que não haja nenhuma violação de direitos”, pontua.

Bolsa Família

Elizabeth Jucá reuniu-se com o ministro da Cidadania, Osmar Terra, e a secretária Nacional de Assistência Social, Maria do Carmo Brant de Carvalho, na segunda (28), para discutir o auxílio do Governo federal às vítimas. “(Osmar) nos comunicou o adiantamento do Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada (BPC) aos beneficiários de Brumadinho. A nossa preocupação é atender as vítimas, as famílias das vítimas; o que aconteceu será analisado em um segundo momento para as autoridades: a Polícia Civil já está investigando isso”, afirma.

Tópicos: barragem

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