Sargento Mello revela problemas de relacionamento no PL e planos para eleições de 2026
Vereador reeleito também diz que não tem maioria para projeto de câmeras nas salas de aula e, por isso, pretende votá-lo no ano que vem
O vereador Sargento Mello Casal (PL) foi entrevistado, nesta segunda-feira (28), pela Rádio Transamérica, na série com os vereadores eleitos em Juiz de Fora. Ele vai para o terceiro mandato, após receber 7.590 votos.
Transamérica: Como o senhor espera que seja o trabalho, agora que o PL tem a segunda maior bancada da Câmara?
Sargento Mello: A gente está verificando na cidade de Juiz de Fora muitas perguntas a respeito do PL, porque a gente está com umas dificuldades internas que são normais, a gente tem isso em todos os partidos. Mas o PL, como conseguiu colocar três cadeiras hoje na Câmara Municipal, tem sido o despertar de toda a população de Juiz de Fora, a imprensa e tudo mais. Eu acredito que ficou melhor porque não só eu, mas teremos mais duas cabeças para estar acompanhando todos os atos da prefeita Margarida Salomão (PT). O PL, de forma nacional, aumentou o número de vereadores em vários lugares, e a gente espera que Juiz de Fora tenha essa unidade. A gente tem nossos problemas de relacionamento interpessoal, mas a gente acha que vai conseguir, de maneira madura, sobreviver a essa questão.
Transamérica: Qual o papel que vocês pretendem desempenhar na eleição da Mesa Diretora?
Sargento Mello: A Mesa Diretora já está praticamente encaminhada, pelo que a gente tem verificado nos bastidores da Câmara. Mas eu ainda estou aguardando também o PL. Eu tenho uma reunião agora essa semana com o Charlles Evangelista, a gente vai conversar com a (delegada) Sheila para verificar qual vai ser o caminho. Eu, como talvez seja o líder, inicialmente, do PL na Câmara, já deixei os vereadores do PL bem à vontade para tomar as medidas que têm que tomar, mas que aguarde pelo menos eu conversar com o PL municipal para a gente ter um caminho só. Mas o vereador André (Mariano) já tem uma amizade pessoal, já foi vereador com o Garotinho (PDT). Deixei ele bem à vontade, então nós estamos assim, de maneira tranquila, nós queremos fazer uma oposição inteligente. Então vamos ver como é que vai ser o andamento lá dos bastidores da Câmara e vamos tentar suavizar. Se houver duas chapas, nós vamos avaliar uma, mas se não houver, nós vamos ver o que o PL decide e, ele decidindo para ir na chapa junto com o Garotinho ou não, a gente vai tomar as medidas que temos que tomar, a respeito do PL Municipal.
Transamérica: Qual é a sua ideia com esse projeto que propõe câmeras nas salas de aula?
Sargento Mello: Nós tivemos, ano passado, fazendo pedidos de informação, porque alguns projetos do MST e também algumas palestras de algumas vereadoras nos colégios me incomodaram muito. Eu não vejo nelas uma figura de liderança que possa influenciar de maneira positiva os nossos alunos. E a gente verificou algumas violências com alguns profissionais. Essa proteção dentro da sala de aula está sendo utilizada em vários outros municípios. Até mesmo a atuação dos alunos com os professores, agressão, essas coisas todas. No início, nós tivemos essa visão de segurança na sala de aula, eu fiquei muito na dúvida: ‘coloca dentro da sala de aula, somente nas partes externas?’. Outras palestras que um pai às vezes não está em casa, não sabe o que está acontecendo. Será que isso não pode ser público para o pai acompanhar o seu filho dentro da sala de aula, dentro do colégio? Essa parte dentro da sala de aula foi uma conversa interna entre eu e um assessor que faz os meus projetos. Mas isso vai ser um debate ainda na Câmara, acho que tem muita coisa a correr. Tem a classe que pode vir conversar com a gente. Não fecho as portas não. (…) Então a gente tem muito debate, a gente não sabe se esse projeto vai ser aprovado ou não porque é a maioria que vota. Os vereadores vão se sentir incomodados com a classe.
Transamérica: Entra para ser votado agora ou você pretende deixar para 2025?
Sargento Mello: Ele já está no sistema. Mas eu acho que eu vou esperar a virada do ano, porque eu vou ter um apoio maior do PL. Agora eu sei que eu não consigo aprovar isso. Tem um projeto idêntico que é o do Pardal que autoriza colocar as câmeras tanto no particular como no público, nós íamos fazer emenda. Isso foi em 2023 e, na época, nós não colocamos porque a gente sabia que não tinha a maioria para votar e agora também acho que eu não tenho. As pessoas não querem esse tipo de assunto na Câmara.
Transamérica: O senhor pretende se candidatar a deputado em 2026, assim como fez em 2022?
Sargento Mello: É um dos planejamentos que a gente tem. Na política, não é de hoje, todo mundo já me conhece. Eu acho que a gente precisa de uma representatividade aqui na nossa região e estamos estudando isso. Vamos verificar se o PL realmente vai precisar da gente para estar somando a cadeira. Eu tenho as minhas pretensões políticas de nível nacional, eu penso mais na cadeira federal, mas a gente vai ter que esperar o partido conversar com a gente. A gente sabe que não adianta o político sozinho definir o que ele quer. Se chegar lá na frente, e a gente não tiver essa oportunidade, eles não abrirem esse espaço para a gente. A gente não pode nem falar o que vai acontecer, não posso falar aqui que eu vou conseguir ter essa oportunidade de sair candidato a deputado federal. Mas hoje eu ainda estou naquela incógnita: consigo ou não consigo, no PL, ter essa oportunidade? Então, vamos aguardar. Mas a minha intenção já é bem clara, todo mundo sabe. Na primeira eu tive 13 mil votos dentro da cidade. Então eu acho que esse é o caminho. Vamos ver.