Polícia Federal conclui que agressor de Bolsonaro agiu sozinho
Inquérito aponta que Adelio Bispo cometeu o crime por motivação política
Adelio Bispo, o homem que esfaqueou Jair Bolsonaro (PSL) em Juiz de Fora no último dia 6 de setembro, durante uma passeata, agiu sozinho no momento do atentado. Essa foi a principal conclusão do inquérito da Polícia Federal divulgado nesta sexta-feira (28). As 21 páginas da investigação policial apontam que o autor do crime contra a Segurança Nacional fotografou antes todos os locais por onde o candidato à presidência passaria. O trabalho mostrou, ainda, que Bispo teve acesso ao hotel da cidade no qual Bolsonaro e sua comitiva almoçaram com empresários. O trabalho indica que restou comprovada a motivação política da ação. Além disso, antes de esfaquear a vítima, Bispo já teria tentado se aproximar do político com a desculpa de que gostaria de tirar uma foto com ele. Apesar de um segundo inquérito dar andamento a busca de novas informações, “no que tange à participação ou co-autoria no local do evento, a partir de evidência colhidas, descarta-se o envolvimento de terceiros”, diz o texto.
A análise de mais de 250 gigabytes de informações em mídias, celulares e notebook do autor indicou que o investigado planejou o crime. “Configuram-se, portanto, indubitavelmente, indícios robustos de que houve uma decisão prévia, reflexiva e arquitetada, por parte de Adelio Bispo de Oliveira para atentar contra a vida do candidato”, afirmou a Polícia Federal, cujo trabalho foi coordenado pelo delegado Rodrigo Morais. A hipótese da participação de outro homem no atentado também foi descartada. O rapaz chegou a ser agredido por populares e precisou ficar internado após ter a clavícula quebrada. Uma mulher que aparece nas imagens e que seria suspeita de passar a faca para Bispo também não teve a participação confirmada.
A PF continua a busca por eventuais pessoas ou grupos criminosos que possam supostamente ter atuado como mandantes, colaboradores materiais ou mesmo instigando ou induzindo o autor. A PF destacou as circunstâncias do fato criminoso e a condição de presidenciável da vítima, em primeiro lugar nas pesquisas eleitorais. No entanto, até agora, a análise de imagens de câmeras de segurança de estabelecimentos comerciais localizados no entorno do atentado, que totalizou mais de 150 horas de gravação e 1.200 fotos, mostra que Adelio já estava próximo ao candidato desde o início da passeata, esperando o melhor momento para atacar Bolsonaro. Também foram identificadas, inclusive, tentativas anteriores de Bispo de golpear o candidato naquele dia. Isso confirma a premeditação do crime.
A pena, neste caso, é de três a dez anos de prisão, podendo ser aumentada até o dobro em função da lesão corporal grave.
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