Em negociação com a Rússia, Minas pede autorização da Anvisa para importar Sputnik V

Governo de Minas afirma estar “em negociação comercial avançada” com fundo responsável pela venda do imunizante


Por Tribuna

25/06/2021 às 13h26

O Governo de Minas Gerais informou, nesta sexta-feira (25), que solicitou autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para importar a vacina russa Sputnik V. Segundo o comunicado, o Executivo estadual está “em negociação comercial avançada” com o Fundo Soberano Russo, responsável pela comercialização do imunizante. A intenção da Administração estadual é adquirir, inicialmente, 200 mil doses.

Em comunicado, o Governo afirma levar em consideração “diversos pontos, como o prazo estabelecido para entrega”. O quantitativo que será comprado inicialmente, caso haja liberação da Anvisa, corresponde a 1% da população de Minas Gerais, que é o percentual máximo permitido pela agência reguladora. “Mas a negociação do Governo de Minas com o Fundo Soberano Russo segue avançada para a compra de mais doses”, afirma o Estado.

Os detalhes da aquisição das vacinas foram ajustados em reunião nesta sexta entre o governador Romeu Zema (Novo) e os secretários de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti; de Planejamento e Gestão, Luisa Barreto; Geral, Mateus Simões; e o advogado-geral do Estado, Sérgio Pessoa. “Encaminhamos à Anvisa o pedido de autorização para a importação extraordinária da vacina russa, a Sputnik. Caso esta autorização seja emitida, o Governo de Minas já está negociando com o Fundo Soberano Russo, em estágio avançado, a aquisição de doses que vão possibilitar a imunização muito mais rápida de toda a população do estado”, afirmou Zema, segundo o comunicado.

A vacina Sputnik

A Sputnik V foi desenvolvida pelo Instituto Gamaleja de Epidemiologia e Microbiologia de Moscou. Ela é uma vacina vetorial, tecnologia também utilizada no desenvolvimento das vacinas Janssen e AstraZeneca. A tecnologia se utiliza do vírus inativo para produzir os anticorpos.

De acordo com estudo publicado no periódico científico The Lancet, testes realizados com 18 mil pessoas apontaram eficácia de 91,6%, sendo que nenhum vacinado apresentou efeitos colaterais graves. Outro estudo publicado em abril ainda atestou a eficácia do imunizante contra a variante britânica do vírus e a mutação sul-africana. Posteriormente, estudos do laboratório desenvolvedor da vacina também garantiram que ela é eficaz contra as variantes brasileira e indiana.

Em junho, o imunizante foi aprovado pela Anvisa de maneira excepcional, com uma série de restrições. A decisão contemplou apenas lotes específicos da vacina e não chega a configurar autorização de uso emergencial pela agência. A Agência acatou, desse modo, pedido dos governos de Bahia, Maranhão, Sergipe, Ceará, Pernambuco e Piauí.

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