Novo secretário de Educação pretende voltar com debate sobre escolas cívico-militares

Rossiele Soares afirmou que a discussão deve ser retomada nos próximos 15 dias


Por Tribuna

07/08/2025 às 12h12

Empossado na quarta-feira (6), o novo secretário estadual de Educação, Rossiele Soares, afirmou que pretende retomar publicamente a discussão sobre escolas cívico-militares nos próximos 15 dias, informou o jornal O Tempo: “Fazer o processo de discussão durante as férias, obviamente, não deu certo. A gente precisa ter um processo muito mais cuidadoso, muito mais participativo e a gente vai conseguir construir. Mas a gente vai ter um processo de discussão para as escolas muito mais amplo”.

No dia 14 de julho, as assembleias que aconteceriam em todas as escolas estaduais de Juiz de Fora, para votar sobre a adesão ao modelo, foram suspensas pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG).

Em coletiva de imprensa, o governador Romeu Zema (Novo) justificou a decisão: “Chegamos à conclusão que o prazo ficou exíguo, está coincidindo com férias, muitas vezes os pais já tinham programado viagem, não conseguiram participar, então queremos fazer tudo com o maior critério possível”.

No dia 7 de julho, a Escola Estadual Batista de Oliveira – Bairro Costa Carvalho, Zona Sudeste de Juiz de Fora –, em uma assembleia com professores, funcionários, pais e alunos, rejeitou a implantação do modelo cívico-militar. Em votação com cédula, foram 88 votos contra, 33 a favor e 2 em branco.

Enquanto, inicialmente, cada assembleia aconteceria em um dia e horário, após a derrota, a SEE marcou todas as 24 seguintes em Juiz de Fora para o mesmo dia e horário. Ao todo, são 728 escolas pré-selecionadas com base em critérios técnicos em Minas Gerais.

Veja quais escolas de Juiz de Fora estão na lista: 

  • EE Presidente Costa e Silva
  • EE Professor Teodoro Coelho
  • EE Duarte de Abreu
  • EE Maria Ilydia Resende Andrade
  • EE Professor José Freire
  • EE Ali Halfeld
  • EE Almirante Barroso
  • EE Fernando Lobo
  • EE Francisco Bernardino
  • EE Sebastião Patrus de Sousa
  • Instituto Estadual de Educação de Juiz de Fora
  • EE Antônio Carlos
  • EE Duque de Caxias
  • EE Marechal Mascarenhas de Moraes
  • EE Hermenegildo Vilaça
  • EE Nyrce Villa Verde Coelho de Magalhães
  • EE Presidente João Pinheiro
  • EE Delfim Moreira
  • EE São Vicente de Paulo
  • EE Maria de Magalhães Pinto
  • EE Batista de Oliveira
  • EE Henrique Burnier
  • EE Professor Lopes
  • EE Professor Quesnel
  • EE Mercedes Nery Machado

A proposta prevê uma gestão colaborativa entre a Secretaria, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar, com “atuação voltada à promoção de valores como respeito, responsabilidade, cooperação e disciplina”. O objetivo, segundo a SEE/MG, é contribuir para a melhoria da convivência escolar e o fortalecimento da cultura de paz. “O modelo não implica mudanças na estrutura pedagógica, curricular, de pessoal ou de gestão das escolas. Desde que o Governo de Minas adotou a Política Educacional de Gestão de Escolas Cívico-Militares, em 2020, o modelo tem demonstrado resultados positivos em diversos indicadores educacionais. Atualmente, nove escolas participam.”

Já o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), afirma que “escola não é lugar de polícia, não é quartel. Aluno não é soldado. A escola é espaço de diálogo, de reflexão, de respeito às diferenças e, também, de resolução de conflitos. Podem acontecer episódios isolados de violência nesse ambiente, pela convivência entre milhares de crianças e adolescentes. Esses casos devem ser resolvidos pela polícia, quando convocados para tal. No dia a dia, é um absurdo. Os problemas disciplinares devem ser resolvidos pelo corpo docente e demais funcionários, que educam e formam pela reflexão, e não pelo medo, que é a forma como os quartéis fazem isso”.

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