Justiça determina manutenção provisória de Myrian Fortuna na presidência no Tupi
Atual mandatária continuará à frente do Carijó até que processo seja julgado
A 2ª Vara Cível de Juiz de Fora determinou, nesta quarta-feira (30), a manutenção provisória da presidente Myrian Fortuna à frente do Tupi como administradora judicial. Ainda que o mandato de Myrian encerre-se em 30 de novembro, a mandatária continuará na presidência executiva do Carijó até posterior decisão judicial ou análise do mérito da ação cível impetrada por representantes da SOS Tupi. O resultado do pleito segue suspenso, conforme tutela de urgência antecipada à chapa opositora, em 4 de outubro, pela 7ª Vara Cível. A nomeação de administradora provisória judicial para a presidência alvinegra é da juíza Ivanete Jota de Almeida.
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“Como o mandato da antiga diretoria, se ainda não expirou, está próximo do fim, sendo que os elementos da probabilidade do direito já ficaram demonstrados na análise da tutela de urgência concedida nos autos (…) e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo é contemporâneo, uma vez que estando suspensa a posse da nova diretoria eleita, o clube requerido precisará ter uma pessoa sob sua gestão, entendo que a nomeação do administrador provisório judicial é medida que se impõe”, justifica, na decisão, a magistrada. Caso o resultado do pleito tivesse sido validado, José Luiz Mauler Júnior, o Juninho, cabeça da chapa JR 2020, assumiria a presidência do Tupi em 1º de dezembro.
Questionado a respeito da decisão, o Tupi informou, por meio de assessoria, que ainda não se manifestará a respeito, uma vez que a decisão judicial é recente e, portanto, ainda está sob análise do departamento jurídico. Como registra Ivanete, Myrian permanecerá na presidência “até ulterior deliberação judicial e análise de mérito do objeto desta ação e do objeto da ação nos autos, uma vez que necessita de ampla dilação probatória para no final ser verificada a legalidade de todo o processo de eleição”. A atual presidente tem 15 dias para contestar a decisão judicial.
SOS Tupi contestará
Em contato com a Tribuna, Cloves Santos compreende a decisão como positiva, dado que a tutela foi mantida e, consequentemente, o resultado da eleição segue suspenso. “Se a juíza entendeu que a tutela é necessária, então compreendeu que existe algum tipo de problema no pleito em geral. Como o clube não pode ficar acéfalo, tem que haver alguém para representá-lo (…). O Marcelo (Jucá, advogado) retorna amanhã (nesta quinta) ou sexta-feira para sentarmos com o pessoal da SOS Tupi e avaliarmos de que forma agiremos. A princípio, o que nos passou é que a manutenção da tutela é boa.”
Entretanto, a chapa questionará a nomeação. No seu entendimento, há ligação entre a atual presidente e a JR 2020, já que Juninho é, atualmente, presidente do Conselho Deliberativo (Code). “Gostaríamos que fosse (nomeada) uma pessoa que não tivesse ligação nem com a nossa chapa, com a outra ou com a atual diretoria até o julgamento do mérito. A lista (de associados) que norteou a eleição e foi entregue ao Conselho Deliberativo foi também repassada à presidente executiva, que é a Myrian, então, de certa forma, ela também participa do pleito. Isso que vamos tentar pleitear. Pelo menos, o pleito será mais transparente”, ressalta Cloves.
Juninho, por sua vez, pontuou que a decisão é coerente, já que Myrian Fortuna, nomeada como administradora jurídica, conhece a agremiação. “Não entendo como positiva nem negativa. É uma decisão coerente. A Myrian conhece o andamento e as necessidades do Tupi. Isso não vai atrapalhar a vida do clube. Ela pode até tomar as providências necessárias para dar continuidade, inclusive no futebol.” A respeito da contestação da SOS Tupi sobre a relação entre Myrian e a JR 2020, Juninho discorda. “Não vejo problemas de transparência, tanto é que o Judiciário encarou da mesma forma. Se houvesse indícios de não transparência, a juíza não teria a nomeado. Nomeou porque entendeu que seria o mais viável para o clube.”