Decisivo para o Tupi, Willy agradece à comunidade de Sapo de Camará
Atacante de 21 anos passou por problemas familiares, mas foi aprovado em peneira carijó; após os gols contra o Aymorés, ele comemorou também o carinho recebido da torcida
Da comunidade Sapo de Camará, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, a decidir um jogo fora de casa pelo Tupi. De problemas familiares a uma nova família com os jogadores do clube. Willy Santos, de 21 anos, foi o autor de dois gols na vitória do Carijó por 2 a 1 contra o Aymorés, na última quarta, em Ubá, em partida válida pela quarta rodada do Módulo II do Campeonato Mineiro.
Quem vê a alegria de Willy em campo, seja no semblante, pelo seu sorriso no rosto, ou tecnicamente, com seus dribles, não imagina o que o garoto passou quando mais novo. O jogador iniciou sua carreira no Resende (RJ), mas foi dispensado. Depois, atuou por Cabofriense e Campo Grande, ainda no Rio. Tudo isso junto a problemas familiares e morando em uma comunidade que convive, em parte, com casos de violência.
“Sempre foi difícil na minha vida, na carreira. Muitas brigas e problemas familiares. Moro em comunidade, e quem mora sabe como é. Passei por muitas dificuldades, mas sempre tive fé e cabeça no lugar que eu ia conseguir. Talento eu tenho, só tive que botar em prática. Quando cheguei no Resende, meus amigos me ajudaram muito, mas deixei cair, perdi o foco e fui mandado embora. Desanimei, mas depois recuperei o foco até chegar no Tupi. Teve a peneira, fui muito bem. No último dia, o Ademir veio avaliar, fiz três gols e passei”, conta Willy à Tribuna.
Sapo de Camará e trocas no início
Natural da comunidade de Sapo de Camará, Willy tem recebido diversas mensagens de apoio nas redes sociais do Tupi. O emoji de sapo, em alusão à sua comunidade, é sempre usado nos comentários de seus amigos nos posts do clube. “É muito bom saber que a minha comunidade e minha família estão torcendo por mim, ter esse apoio”, comemora o atacante.
Mas antes dos dois gols contra o Aymorés, Willy passou por uma situação inusitada. Na estreia do Tupi no Módulo II, contra o Ipatinga, fora de casa, o carioca começou como titular. Porém, após o Carijó levar dois gols no início da partida, o atacante foi substituído para a entrada de Emerson, com apenas 20 minutos. “No primeiro jogo foi difícil, passou bastante coisa pela minha cabeça. Mas trabalhei, de cabeça erguida e pés no chão. Sabia que Deus ia me abençoar uma hora. Meus amigos também falaram, e nesse jogo fui feliz em ajudar a equipe com dois gols”, revela o atleta.
A partida contra o Aymorés, mesmo em Ubá, contou com a presença da torcida do Tupi, o que encantou Willy, pois nunca tinha passando por uma situação assim. “É maravilhosa (a torcida). Não sei nem o que passou na minha cabeça na hora dos gols. Só tenho que agradecer a Deus por tudo isso”, enaltece.
Regenerativo pós-vitória
Assim como Willy, os jogadores que atuaram na maior parte da última partida realizaram treino regenerativo na tarde desta quinta-feira (12). Já os reservas e não convocados trabalharam com bola aos olhos do técnico Ademir Fonseca no estádio Salles Oliveira, em Santa Terezinha. Hiroshi, com contratura na coxa, segue em tratamento e pode acumular a terceira partida seguida fora do time – o Tupi encara o VEC neste domingo, às 15h30, em São João del-Rey. Ainda não se sabe a gravidade da lesão do lateral-direito Gabriel Cassimiro, que saiu para a entrada de Willy no duelo em Ubá, logo aos 6 minutos, por problema clínico. A suspeita é de lesão muscular no defensor.