Supermercados de Juiz de Fora voltam a receber produtos
Empresas buscam alternativas para que clientes não fiquem desabastecidos; cidades da região devem ter mais dificuldade para receber produtos
O cenário de desabastecimento percebido pelos consumidores nos supermercados de Juiz de Fora e região, devido à greve dos caminhoneiros, começa, aos poucos, a mudar. Nesta quarta-feira (30), estabelecimentos locais foram reabastecidos com produtos perecíveis que estavam em falta nos últimos dias, como hortifrúti, lácteos e carnes. A expectativa é de que, a partir de agora, se inicie um processo de normalização gradual dos estoques, conforme explicou o vice-presidente regional da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Álvaro Lage, em entrevista à Rádio CBN. “A ideia é buscar o máximo de alternativa possível para que o cliente não fique desabastecido.”
O gerente de marketing do Bahamas, Nelson Júnior, diz que o abastecimento nas unidades da rede está sendo retomado. “Isso significa que todas as lojas estão prontas para atendimento normal? Não. Vai demandar um tempo. Estamos reiniciando o reabastecimento com produtos que deveríamos ter levado para as lojas na terça-feira passada”, disse, também em entrevista à CBN, reiterando que a situação só deve voltar totalmente ao normal dentro de dez dias. Ele afirma que as lojas estão com limites de estoque, uma vez que já “são dez dias sem repor um quilo de arroz.” Segundo ele, desde a última terça-feira (29), a situação de alguns produtos foi agravada, como de alimentação infantil e até de sacolas plásticas. O abastecimento começará pelas lojas de Juiz de Fora e segue para as unidades de outras cidades da região.
Procurada pela Tribuna, a assessoria do Carrefour informou que “o volume dos estoques contribui para o abastecimento das lojas, porém, pode haver indisponibilidade pontual de alguns itens”, e garantiu que “ainda busca alternativas para atender o maior número de clientes e segue em contato com fornecedores locais para suprir as eventuais rupturas.” Conforme posicionamento da assessoria do supermercado Bretas, a previsão é de que a regularização da oferta de produtos ocorra em dois dias nos supermercados da rede, inclusive na seção de hortifrútis.
O vice-presidente regional da Amis, Álvaro Lage, acredita que o abastecimento nas pequenas cidades da região seja o mais prejudicado. “Pequenos mercados em cidades menores sofrem um pouco mais, porque dependem das rodovias e não têm um centro de distribuição muito próximo. Mas as Ceasas já começam a funcionar e, na medida em que as rodovias ganham essa liberdade de trânsito, os mercados começam a ir nos grandes centros e buscar um pouco os produtos para abastecer seus estoques.”
Sobre a possível participação dos caminhões dos supermercados nos comboios organizados pelas forças de segurança, Álvaro disse que a própria mobilização dos caminhoneiros que mantêm a greve já dá mais espaço para a circulação de mercadorias. “Os caminhoneiros que estão querendo voltar às suas atividades já começam, de certa forma, a negociar isso. A comunidade e as empresas estão preocupadas, mas estamos aguardando. Estamos bastante otimistas para que a situação se restabeleça no dia de hoje.”