Sine e JF Empregos oferecem 700 vagas

No Sine, procura por trabalho pulou de 16 para 54 pessoas por dia (Fernando Priamo/26-01-16)
Juiz de Fora inicia 2016 com 714 oportunidades de emprego abertas e a constatação de que, desde o segundo semestre de 2014, a busca dos trabalhadores por uma nova chance no mercado só cresce, enquanto a oferta de postos diminui. O balanço refere-se às vagas captadas e anunciadas por órgãos públicos: Governo mineiro e Prefeitura. Deste total, a grande maioria (706) é oferecida pelo JF Empregos. No Sistema Nacional de Emprego (Sine), há apenas oito oportunidades. Apesar da existência de vagas para todos os níveis de escolaridade, o número de empregos extintos na cidade em 2015 é, pelo menos, cinco vezes maior e chega a 3.804. Na prática, isso significa que, mesmo que os demitidos pudessem ser recolocados nestas oportunidades, o número ofertado seria insuficiente para atender a demanda.
No JF Empregos, foi identificada redução drástica na oferta de oportunidades. A média de 1.200 vagas verificada no portal, chegou a duas mil e hoje gira em torno de 700. Em contrapartida, o número de currículos apresentados por vaga aumentou significativamente. A média de 200 por anúncio pelo menos dobrou. Para uma vaga de caixa de supermercado, por exemplo, foram 1.200 interessados, exemplifica a Prefeitura. O número de currículos cadastrados, hoje, passa de cem mil.
Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Geração de Emprego e Renda, André Zuchi, o portal reflete o mercado de trabalho juiz-forano e o momento delicado da economia sob o ponto de vista do emprego. Entre os que procuram recolocação, a maioria possui ensino médio (30%). Considerando as oportunidades, a maior parte refere-se à área operacional, como operador de telemarketing, serviços de telecomunicação, vendedor, auxiliar de produção, atendente comercial e auxiliar de serviços. “Nessa fase difícil da economia, há vagas com valor de salário menor, aumento da procura por emprego e redução no número de vagas.”
No Sine, embora a oferta tenha caído drasticamente desde o segundo semestre do ano passado, a busca só cresce. Segundo a gerente da Unidade de Atendimento Integrado (UAI) em Juiz de Fora, Andrea Deotti, a procura média neste início de ano está em 54 trabalhadores por dia. No mesmo período do ano passado era de 16 trabalhadores/dia, um aumento de 237,5%. As oportunidades, no entanto, estão escassas. A unidade, que conseguiu captar até 70 vagas em um mês, hoje oferta menos de dez. Neste início de ano, apenas quatro empresas procuraram o órgão para anunciar empregos. A média, conforme a UAI, chegava a 20.
Neste caso, a maioria das oportunidades é direcionada a profissionais com ensino médio, com salários que variam entre R$ 881 e R$ 1.500. Entre as vagas disponíveis estão as de encarregado de açougue, fiscal de loja, gerente comercial, pedreiro de acabamento e revisor de tecidos acabados. Andrea observa que as chances são para cargos específicos, exigindo conhecimento técnico nem sempre disponível pelos candidatos. Apesar de a procura superar – em muito – a oferta, há vagas que não chegam a ser preenchidas, exatamente por falta de qualificação técnica. Para a gerente, o momento econômico é responsável por este quadro. Diante deste cenário, a recomendação é que os desempregados aprimorem os estudos e se qualifiquem. “Não deixem de estudar, porque o mercado de trabalho está ficando cada vez mais difícil e não se pode perder oportunidades.”
Em Minas, são 1.400 oportunidades
Em todo o estado, estão disponíveis cerca de 1.400 vagas de emprego neste início do ano, com salários que variam de um a dez mínimos. Conforme a Secretaria de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social (Sedese), apesar da retração econômica, foram oferecidas 67.521 vagas de emprego em todo estado no ano passado, possibilitando a colocação de 24.572 pessoas no mercado de trabalho. Em Juiz de Fora, o número de oportunidades ofertadas pelo Sine chegou a 875 ao longo do ano passado. No JF Empregos, foram 9.289 vagas anunciadas e 30.686 currículos cadastrados em 2015. Em ambos os casos, não foi divulgado o número de recolocados.
Para o diretor de Política de Emprego da Sedese, Frederico de Sant’Anna Ribeiro, os setores que apresentaram melhor desempenho em termos de empregabilidade no estado foram os de agropecuária, extração vegetal, caça e pesca. Os setores de serviços e comércio, apesar de perderem postos de trabalho, foram os que provocaram maior movimentação ao longo do ano. A consulta às oportunidades pode ser feita pelo sites do Portal Mais Emprego: www.maisemprego.mte.gov.br e do JF Empregos: www.jfempregos.com.br.