Comerciantes faturam com onda de calor
Vendedores de diferentes ramos têm observado alta no fluxo de clientes em busca de um refresco no calorão
A onda de calor está motivando também uma onda de vendas em alguns setores. Do picolé à água de coco até o ventilador e o ar-condicionado, vendedores no Centro da cidade têm observado uma procura crescente por produtos para se refrescar. Damião Cruz é dono de um carrinho de água de coco e já passou por muitas ondas de calor. Há dez anos ele trabalha no mesmo ponto na Rua Halfeld. Para o vendedor, a cada ano, o calor só vem aumentando. “Até nesse inverno que passamos tenho vendido mais, porque também nessa época está ficando mais calor, tenho a sensação que quase não tiveram dias muito frios na estação.” Nos últimos dias, as altas temperaturas ocasionaram um aumento, em estimativa, de 20% nas suas vendas de água de coco.
Em outro ponto da Halfeld, vendedores passam empurrando seus carrinhos de picolé e disputam a atenção dos pedestres. Hoje foi o primeiro dia de trabalho de André Luiz no ramo. Ele iniciou sua jornada às 9h e, até a tarde dessa segunda-feira (25), o vendedor diz ter vendido, pelo menos, 40 picolés. Colega de trabalho de André, Juarez Martins, vendedor há mais tempo, conta que, também desde as 9h, já havia vendido cerca de 70 unidades de picolé. No pequeno trailer da Sorveteria do Parque Halfeld, em frente à Câmara Municipal, o funcionário Jhonny relata que o fluxo maior de clientes querendo sorvetes faz a carga de trabalho aumentar.
LEIA MAIS: Onda de calor: Juiz de Fora tem a maior temperatura em dois anos
Dois ventiladores por hora
As lojas de eletrodomésticos também estão assistindo a uma alta significativa em suas vendas devido à onda de calor. Segundo o subgerente da Casa e Video localizada no Calçadão da Rua Halfeld, o “calorão” fez o estabelecimento vender mais de dez ventiladores em um período de menos de cinco horas. “A procura está muito grande, especialmente por aparelhos de ventilação. Observamos um aumento de aproximadamente 20% nos últimos dias”.
Na loja Magazine Luiza da Avenida Rio Branco, a gerente Natália Melo conta que o paredão de ventiladores que os funcionários colocaram na porta rapidamente foi sendo desmontado e já está vazio. “Colocamos três tipos de aparelhos e hoje estamos com apenas um. A média de venda, por dia, tem sido de 30 ventiladores”, relata. Além disso, em suas observações, o calor não está deixando as pessoas em casa. “Os clientes estão gastando mais aqui na loja, o fluxo de pessoas entrando aumentou”, afirma.
Já no ponto da Magazine Luiza na Rua Batista de Oliveira, a gerente Cristiane Guimarães relata que os clientes têm entrado na loja dizendo que precisam de um ventilador “porque estão morrendo de calor”. O estabelecimento vendeu no sábado e até a tarde dessa segunda mais de 20 unidades de ventilador e cinco aparelhos de ar-condicionado.
Ar-condicionado
O ar-condicionado também passou a ser mais vendido nas lojas citadas, embora a quantidade de clientes que optaram pelo aparelho tenha sido bem menor em comparação com o ventilador. Na avaliação da gerente Natália, quando não faz calor, o ar-condicionado é um produto esquecido nos estoques. “Mesmo que se venda pouco em relação ao ventilador, o calor de agora foi o que causou as vendas de ar-condicionado.”