Idec alerta para golpes em tempos de pandemia
Consumidores precisam ficar atentos aos assuntos, que, na maioria das vezes, dialoga com demandas atuais da sociedade, como envio de máscaras, álcool gel e até medicamentos
Golpes on-line estão cada vez mais comuns e sofisticados. E em tempos de pandemia de coronavírus e isolamento social, os criminosos continuam em atividade levando prejuízos à população, que vão desde a captura ilícita de dados pessoais da vítima, transmitir vírus digitais que danificam equipamentos eletrônicos, ou até mesmo de conseguir dinheiro do cidadão. Por isso, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) faz um alerta sobre esse tipo de crime.
Durante a pandemia, com a população ficando mais em casa e algumas empresas efetivamente aproveitando o período para divulgarem os produtos, os golpistas se valem da situação para também divulgar promoções falsas.
Os golpes, geralmente, têm dialogado com questões pontuais, bem como também a distribuição gratuita de produtos de higiene e de proteção contra o vírus (máscara e álcool em gel). Há ainda o envio de links de fontes duvidosas sobre possíveis imunizações ou curas à doença. Muitas vezes, eles são aplicados usando a técnica do phishing, que é o ato de tentar adquirir informações on- line fingindo ser uma entidade confiável.
Conheça alguns dos golpes do momento
1) Supostas doações de produtos de prevenção:
– Ambev: “Álcool em gel da Ambev. Registre-se”
Segundo o Idec, a empresa já desmentiu a informação em sua conta oficial do Twitter, informando que suas doações são destinadas a hospitais públicos.
– “Kit gratuito com máscara e álcool gel dado pelo governo”
A mensagem leva o usuário a uma página falsa do Governo federal, com dicas de prevenção, mas para supostamente conseguir o brinde, o usuário tem que preencher informações pessoais e compartilhar o site para ajudar a “salvar vidas”. Esse golpe também é aplicado por telefone, se fazendo passar pelo Ministério da Saúde.
2) Supostas imunizações/curas e atualizações sobre a doença
– “Fabricação de vacina Covid-19”, com pedido de doações para seu financiamento em nome de hospitais, do SUS ou OMS, por exemplo.
O financiamento para as pesquisas por vacina não está sendo feito de forma individual.
– “Agende teste do coronavírus em casa”
Este tipo de teste também não é feito em domicílio.
– Aplicativos rastreadores da doença pelo mundo, como o “COVID-19 Tracker” e o “CovidLock
Na verdade, esses aplicativos podem “sequestrar” o smartphone ao mudar sua senha e pedem um resgate em bitcoins para liberá-lo.
3) Suposta campanha de gratuidade em serviço de grande utilização
– Netflix: “Nessa quarentena ganhe uma conta sem custo!: Com a grande disseminação do CORONA VÍRUS no mundo, a Netflix está liberando acesso a sua plataforma para os primeiros a se cadastrarem no site deles! É por pouco tempo os cadastros!”.
A mensagem remete ao link netflix-usa.net, que não é o domínio oficial da plataforma.
– Anatel: “Para conscientizar o povo brasileiro a ficar em casa, nós decidimos liberar totalmente grátis 7GB de internet. Solicite 1 vez por dia. Válido somente até hoje”.
No link falso, pedem informações. A Agência Nacional de Telecomunicações afirmou, em seu site oficial, que a agência não envia links por WhatsApp ou por SMS, nem faz promoções ou dá prêmios.
Como não cair em golpes?
– Repare no endereço do site ou do e-mail. Muitas vezes, apesar de o título do e-mail ou da mensagem fazer parecer que é um remetente confiável, o link é encaminhado para um site com domínio diferente do que a empresa diz que é, mesmo o site apresentando um layout muito semelhante ao original;
– Quanto ao e-mail, pode ser que o mesmo não seja do domínio da empresa. Por exemplo: ao invés de ser @empresa.com.br, é um nome qualquer associado a um domínio comum, como @hotmail.com, @gmail.com etc;
– No caso de links, atente se o site possui o “cadeado” do lado do endereço, o que demonstra segurança no site e com certificado HTTPS;
– Nunca forneça suas informações pessoais em sites e aplicativos que não reconheça. Também não envie informações que podem ser usadas de má-fé, como foto do cartão de crédito;
– Nunca repasse códigos de autenticação a terceiros. Códigos de cadastro, como aquele para o uso do WhatsApp, são de uso pessoal. O repasse dessa informação pode levar à clonagem do seu aplicativo e potencial uso para pedir dinheiro para conhecidos em seu nome. Para aumentar a segurança do WhatsApp, também ative a “confirmação em duas etapas” nas configurações do aplicativo;
– Desconfie de e-mails de desconhecidos, com assuntos apelativos e/ou produtos vendidos ou serviços oferecidos a valor muito abaixo do mercado ou até mesmo gratuitos. Entre no site oficial da empresa que supostamente esteja oferecendo este produto ou serviço para conferir a veracidade da informação;
– Não clique em links ou abra anexos de remetentes desconhecidos não confiáveis. Desconfie se receber comunicações com assuntos alarmantes ou apelativos, como “mande essas informações em 24h”, “você foi vítima de um crime, clique aqui para solucionar” ou “você ganhou R$ 1.000, clique aqui para resgatar a quantia”.