Conheça 5 casarões históricos usados como bar, restaurante e espaço de cultura em Juiz de Fora
Casarões históricos, cada vez mais raros, são ocupados por diferentes estabelecimentos; confira lista da Tribuna
Conhecer casarões históricos provoca um passeio pela vida de uma cidade. Localizados em bairros centrais, eles chamam a atenção antes mesmo dos transeuntes saberem o que são, como funcionam e se são abertos ao público. Ainda mais quando tantos casarões estão abandonados ou são derrubados pela especulação imobiliária. Em Juiz de Fora, imóveis assim já são poucos, então encontrá-los em meio a uma cidade de concreto é como caçar uma presa rara com os olhos. Quem encontra, quer fincar terreno – seja visitando ou ocupando. Por isso, a Tribuna fez uma seleção de cinco casarões históricos que estão sendo usados como bar, restaurante e centros de cultura, em iniciativas que buscam valorizar esses espaços.
Ocupar esses imóveis é uma forma de deixá-los preservados, já que assim estão sob os cuidados de quem está administrando o local e são ativados pela presença das pessoas. Mesmo nos casos em que estão tombados, a ocupação aberta ao público favorece também as cobranças de preservação. Na última semana, a Tribuna fez uma matéria sobre a Lei da Transferência do Direito de Construir, que se aprofunda sobre a necessidade de manter os imóveis históricos da cidade bem cuidados para que parte de Juiz de Fora permaneça na vida cotidiana das pessoas.
Veja quais são os casarões históricos:
Madame Geváh
(Marechal Deodoro, 280 – Centro)
O Madame Geváh abriu em 2024 e já é um sucesso, sempre com mesas lotadas e diferentes atrativos. Já passou por lá lançamento de álbum, festa de halloween e sessões de música. Isso tudo acontece num espaço bem no coração de Juiz de Fora, na esquina da rua Marechal Deodoro com a Avenida Getúlio Vargas, com toda a decoração voltada para rememorar outro tempo, com máquinas de escrever, vitrolas, livros espalhados e até instrumentos pendurados nas paredes. As mesas e cadeiras também seguem um estilo vintage e o espaço conta com terraço, para quem quiser aproveitar os dias quentes ou noites agradáveis.
Para que fosse possível esse resultado, o Madame passou uma verdadeira transformação, com direito a antes e depois, que deixou a fachada do casarão renovada e a parte de dentro pronta para receber pessoas, parecendo um bar de jazz. O cardápio traz pratos que remetem à mineiridade, com direito a opções vegetarianas e carta de drinks.
Sala de Giz
(Rua Barão de Santa Helena, 229 – Granbery)
Em um casarão rosa no bairro Granbery, a Associação Cultural Sala de Giz se instalou e mantém funcionamento desde 2023. O local é tombado já desde 1950, sendo parte da arquitetura eclética feita entre o final do século XIX e início do século XX. Para servir como ponto de encontro de teatro, danças urbanas, audiovisual, capoeira e balé para o público juiz-forano, além de outros cursos e oficinas, passou por reforma que manteve essas origens
Apesar do Sala de Giz já existir desde 2016 e ter começado como um curso de teatro, ter um espaço maior e com a possibilidade de trabalhar em vários ambientes permitiu essa expansão de atividades. A revitalização, seguindo a legislação, proporcionou que fossem trazidos repertórios autorais e permite o encontro com artistas contemporâneos convidados, sendo um ponto de cultura e de construção coletiva na cidade.
O Beberico
(Rua Mariano Procópio, 478 – Centro)
O Beberico é um bar que vem chamando atenção do público juiz-forano desde que abriu, em setembro deste ano. Em um casarão azul e espaçoso, com janelas vermelhas, o espaço traz petiscos e bastante cerveja para quem passar. Toda quarta-feira também está acontecendo uma roda de samba, com o grupo JJ no samba e Camila Brasil.
O bar fica onde funciona o Espaço Ziriguidum, que oferece opções de cultura e tecnologia para a cidade, como definem. Lá, também acontecem exposições, shows e debates.
Gema
(Rua Barão de São João Nepomuceno, 123 – Centro)
Outro ponto da cidade no qual foi aberto um empreendimento em casarão é o Gema. Bar e restaurante com uma pegada moderninha, o objetivo desde o começo era colaborar com um reavivamento do Centro. O espaço em que se encontra fica em um segundo andar, com área aberta do lado de fora.
O local serve almoço, café e refeições à noite. Um dos pontos fortes é justamente a coquetelaria, que busca misturar a descontração desse local movimentado da cidade com um toque mais sofisticado de sabores, atraindo diferentes públicos.
Casa D’Italia
(Avenida Barão do Rio Branco, 2585 – Centro)
A Casa D’Italia tem uma grande importância para Juiz de Fora. O casarão branco que fica localizado em local privilegiado na Avenida Barão do Rio Branco é tombado pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), e exemplifica bem a força da memória que esses locais trazem para a cidade. O prédio é um marco da arquitetura local, remetendo a quando foi construído pelos imigrantes italianos, em 1930.
Atualmente, o local é um centro cultural, oferecendo cursos de língua e recebendo exposições e festivais de cinema. Em anexo do edifício, também há um sebo de livros e um restaurante de massas.
Tópicos: casarões historicos