Documentário sobre o Batuque Afro-brasileiro de Nelson Silva é lançado nesta semana
Sessões acontecem quarta e quinta, no Anfiteatro João Carriço e no Mamm, às 18h, com entrada gratuita
Nesta quarta-feira (11) e quinta-feira (12), acontece o lançamento do documentário “Batuque: (en)cantos de luta”, que narra a história e a memória do Batuque Afro-brasileiro de Nelson Silva, patrimônio imaterial de Juiz de Fora. As sessões acontecem, no primeiro dia, no Anfiteatro João Carriço, às 18h, e, no segundo dia, no Museu de Arte Murilo Mendes (Mamm), também às 18h. As entradas são gratuitas e abertas a todos os públicos.
Desde 2015, a equipe responsável pela produção realiza pesquisas do conjunto de memórias do filme junto com o grupo. Em nota à imprensa, disse: “As imagens estavam lançadas em lugares esparsos das memórias coletivas da cidade e pensamos num documentário para abarcar esses lugares e traçar outras narrativas”. Fruto desse trabalho, além de um curta e média-metragem, nasceu a exposição permanente “Retratos da resistência”, no Paço Municipal, e uma galeria virtual, com as imagens e as memórias do processo de investigação.
“Decidimos trazer aqui tantos signos, tantas pessoas que teceram e ainda tecem essa narrativa onírica, repletas de singularidades em suas trajetórias de existência. Cada integrante do batuque tem uma história de vida evocada na cantoria. Como griots, narram as letras das músicas de Nelson Silva, discutindo e tecendo poeticamente e criticamente relações de raça, classe e gênero. Suas apresentações são aulas cantadas e encantadas sobre a história de um país colonizado”, segue a equipe.
De forma poética, o documentário aborda as questões mais essenciais ao Batuque Afro-brasileiro de Nelson Silva, revelando a expressão cultural de um grupo de referência em Minas Gerais. Além da música, a espiritualidade é essencial nessa história e guia também a narrativa, seja em formas orais ou visuais, com os gritos, as vozes e os coros.
Ao mesmo tempo, “Batuque: (en)cantos de luta”, como afirma a equipe, tem nas cores um ponto luminoso que revela uma complexidade sensível do grupo musical. “Há uma presença vibrante da cor, um tom onírico nos ensaios, nas deambulações, nas entrevistas, nas passeatas, nas batucadas, nas apresentações musicais, nos interstícios, nos arquivos e na singeleza do eterno agora. Uma luz vibrante atravessa temporalidades diversas e nos convida a uma cosmopercepção crítica e afetiva. Um jogo de espelhos, um reencontro com as idiossincrasias dos(as) batuqueiros(as), uma possibilidade poética de visibilidade.”
Por trás das câmeras
O documentário tem direção, pesquisa, produção e argumento de Guilherme Landim. A direção de fotografia e a montagem média são de Cláudia Rangel. Já a montagem curta é de Lucca Reis. Renata Dorea participou da produção, enquanto a geral ficou por conta de André Luiz Dullius, e a afetiva, de Deniza Machado. Carolina Bezerra também participou da pesquisa. E a captação de som foi de Chadas Ustuntas. A assistência de direção e de fotografia foram feitas, respectivamente, por Gabriel Zambom e Ivan Santaela.
O Batuque Afro-brasileiro de Nelson Silva
Na época das gravações, o Batuque Afro-brasileiro Nelson Silva era composto por: Amarillis do Nascimento Oliveira, Brás Vicente dos Reis, Conceição Imaculada Barbosa, Cleonice de Oliveira, Francisca da Silva (em memória), Francisco Mendes Pinto (em memória), Flávio Aloísio Carneiro (em memória), Hilda Amaro da Silva, Irani Alves, José Carlos Ferreira Lima, Lúcia Mendes da Silva, Magno Martins de Oliveira, Maria Aparecida Silva, Nivalda Maria Barbosa, Plaudilina de Oliveira Boscato, Regina Barbosa dos Santos, Sebastião da Mota (em memória), Sebastião Pinheiro, Waltencir Dias (em memória) e Zélia Lúcia Lima.
Serviço
Quarta-feira (11)
Às 18h apresentação do batuque e exibição do média-metragem
No Anfiteatro João Carriço (Avenida Rio Branco 2234 – Centro)
Quinta-feira (12)
Às 18h – Apresentação da galeria virtual “Batuque:(en)cantos de luta” por Guilherme Landim (pesquisador e diretor do filme) e Antônio Carlos (Historiador)
19h – Exibição do curta-metragem
20h – Encerramento com Adenilde Petrina e Maria Aparecida (regente do batuque)
No Museu de Arte Murilo Mendes (Mamm)
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