Samba da Malandragem acontece neste domingo no Real Grandeza
Evento celebra ancestralidade, umbanda e busca quebrar estereótipos da malandragem

O estereótipo do malandro costuma ser associado de maneira pejorativa à marginalidade, sendo constantemente atrelado à figura de homens negros. Entretanto, ser malandro na vida não é de todo negativo. Com o objetivo de quebrar este tabu, celebrar a identidade afro-brasileira, as raízes do samba e a umbanda, acontece neste domingo (13), a partir das 15h, na Escola de Samba Real Grandeza (Avenida Brasil 1220 – Costa Carvalho), o evento Samba da Malandragem. Esta será a quinta edição do evento. Na programação musical, estarão presentes Joia do Couro, Alex Primo, Camila Brasil, Mika Musicumba, Wallace Senado e DJ Ramon. Os ingressos podem ser adquiridos no Uniticket.
De acordo com Heveline Svizzero, organizadora do evento, samba e ancestralidade são indissociáveis, assim como a malandragem é um importante símbolo de resistência dentro da cultura brasileira. No evento, que reúne sambistas, pais e mães de santo e interessados, a reunião de fé se torna uma celebração, na mesma medida que a celebração se torna uma reunião de fé. Isso se faz presente nas batidas dos atabaques, do timbal, nas vestimentas e nas danças, além do resgate de memórias entre os pais e mães de santo, que transmitem para os presentes o respeito às origens.
A realização do evento no Real Grandeza é “profundamente simbólica”, sendo uma forma de reconhecer que “a ancestralidade não está no passado”. “A escola representa o coração da cultura do que é o samba. É um espaço onde isso pulsa de uma forma vivida. Levar o Samba da Malandragem para lá é uma forma de reencontro com o território onde o samba é pertencimento”, afirma Heveline.
Em relação à malandragem, seu resgate como valor cultural, e não algo estereotipado de forma negativa, importa, pois é um “símbolo de sobrevivência, inteligência social e criatividade frente à opressão”, sendo uma “forma de driblar dificuldades históricas”. É algo presente na música, na dança e na forma de viver do brasileiro. É devido a isso que Heveline acredita que celebrar a malandragem é uma forma de celebrar a ancestralidade que “transformou toda dor, em arte” Ela segue: “A malandragem não é um homem negro marginal”.
O Samba da Malandragem
A primeira edição do Samba da Malandragem ocorreu em 2024, em junho. Já essa acontece dentro do projeto “Salve Ancestralidade”, realizado junto à “Casa da Malandragem”, sendo organizado por Heveline e Lucas Faria.
*Estagiário sob supervisão da editora Cecília Itaborahy
Tópicos: samba