Álvaro Lobo, artista plástico juiz-forano, morre aos 71 anos

Artista deixou legado no ensino e na produção das artes de vitrais


Por Bruna Furtado, estagiária sob a supervisão da editora Carolina Leonel

09/08/2023 às 18h25

Morreu nesta terça-feira (8), em Lima Duarte, aos 71 anos, o artista plástico juiz-forano Álvaro Lobo. De acordo com a companheira do artista, Álvaro foi vítima de um infarto. Nascido no início dos anos 1950, Álvaro Araújo Lobo começou sua carreira aos 20 anos de idade com sua exposição na antiga Galeria de Arte Celina Bracher, espaço e ideário cultural de uma geração de artistas da cidade. Trabalhou posteriormente como projetista de móveis na antiga indústria RS Móveis e Decoração. Em 1973, teve seu trabalho premiado pelo Museu de Arte Moderna, no Rio de Janeiro e era integrante do Centro de Pesquisa de Arte Ivan Serpa também nos anos 70.

Com ensino médio incompleto, o artista foi responsável por algumas criações na cidade, como o monumento “Portais do Progresso” no Distrito Industrial, o “Relógio Solar – Estrada Real” no trevo de acesso ao Bairro Estrela Sul e os vitrais do teto da Galeria Golden Center e do Edifício Solar Avenida, no Centro, além de ter confeccionado troféus para o carnaval de Juiz de Fora.

Esteve fora do país entre as décadas de 1980 e 1990, realizando obras em vitrais na Arábia Saudita, onde construiu cúpulas para palácios particulares. Também estudou e montou vitrais particulares nos Estados Unidos, além de ter feito painéis artísticos para igrejas e locais comerciais na Itália. No país, trabalhou na pintura, montagem e acabamento de cenários para cinema, teatro e óperas no antigo estúdio “Dino di Laurents”.

De volta ao Brasil, nos anos 2000, enveredou-se também pela carreira política e se candidatou por oito vezes, alternando o cargo, entre vereador e deputado federal. Começou integrando o Partido Verde, depois o Partido Comunista Brasileiro (PCB), o Partido da Mobilização Nacional (PMN) até se estabelecer, a partir de 2012, no Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), o qual foi o fundador no município.

Em nota, o PSOL de Juiz de Fora manifestou profunda tristeza pela perda do iniciador do partido na cidade, além de destacar que Álvaro foi o nome responsável pela organização da Marcha da Maconha durante muitos anos. Álvaro foi velado e sepultado no Cemitério Municipal, em Juiz de Fora.

 

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